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Rosinha não descarta decretação de estado de emergência no Rio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
A governadora do Rio, Rosinha
Matheus (PMDB), afirmou ontem, em Brasília, que não descarta
a hipótese de decretar estado de
emergência na administração do
sistema penitenciário do Estado
durante 120 dias. A decisão pode
ser tomada ainda nesta semana.
O pedido à governadora foi feito
pelo secretário de Administração
Penitenciária do Rio, Astério Pereira dos Santos, depois da morte
do detento Chan Kim Chang, supostamente em consequência de
espancamento, e da exibição, pela
Rede Globo, de imagens de uso de
drogas e celulares no presídio Vicente Piragibe, no complexo penitenciário de Bangu (zona oeste).
Uma vez decretado estado de
emergência, o governo ficará liberado de realizar concorrências
públicas para contratar obras e
comprar equipamentos para os
presídios. Apesar de existir essa
possibilidade, o secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho (marido de Rosinha), disse
que a situação nos presídios fluminenses está sob controle.
"O sistema penitenciário melhorou muito na gestão do doutor
Astério [Pereira dos Santos]. Há
controle, o que não havia antes",
disse. Garotinho culpou, em parte, o governo federal pelo problema do sistema penitenciário. Ele
afirmou que "mais de 70%" dos
encarcerados dos presídios de
Bangu respondem por crimes federais (tráfico de drogas e armas).
Ontem, a governadora participou da assinatura do convênio
para a contratação dos técnicos
que vão elaborar as normas do
Susp (Sistema Único de Segurança Pública), no Palácio do Planalto. Na mesma ocasião, o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, defendeu a idéia de decretar estado de
emergência no Rio. "Tudo o que
puder ser feito no sentido de saltar burocracias e evitar mediações
formais deve ser feito", disse.
O ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) afirmou que o governo "tem o máximo interesse e
cuidado com a situação do Rio".
Ele disse ter colocado R$ 40 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública à disposição do Rio.
Mas o Estado está impedido de receber o recurso em razão de constar no Cadin, Cadastro de Inadimplentes do governo federal,
entre outros problemas técnicos.
Rosinha disse que o ministro
Antonio Palocci (Fazenda), comprometeu-se a emitir uma certidão negativa para o Rio em razão
de a dívida -que levou o Estado
para o Cadin- ter sido contraída
na gestão anterior e de ela já estar
pagando parcelas desse débito.
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