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Quase metade das favelas tem tráfico em guerra
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Segurança Pública do Rio, José
Mariano Beltrame, disse
ontem que, nas 750 favelas
do município do Rio, em
pelo menos 328 (44%) há
tráfico de drogas e disputa
de poder entre facções.
Para garantir seus "espaços" e "conquistar" outros, os criminosos trocaram o revólver calibre 38
pelo fuzil, disse. O Rio é o
Estado, diz, com mais armas de guerra circulando.
Conforme o secretário,
de 1993 a 2003, houve
1.579 apreensões de fuzis,
contra 38 de 1981 a 1992.
Nesses períodos, foram
apreendidos 22.402 revólveres calibre 38, contra
23.157, respectivamente.
A comparação mostra
que a apreensão dos revólveres caiu 3,43% e a de fuzis, que praticamente inexistia, deu um salto.
Os números foram mostrados na conferência de
Segurança Pública da Associação Internacional
dos Chefes de Polícia, que
acaba hoje no Rio.
O secretário afirmou
ainda que as facções criminosas fluminenses estão
mais bem estabelecidas e
armadas que as paulistas.
"São o CV (Comando
Vermelho), o TC (Terceiro
Comando) e a ADA (Associação dos Amigos dos
Amigos) que circulam em
comunidades com a geografia acidentada. Em São
Paulo, há só o PCC (Primeiro Comando da Capital). E não se vê traficantes
com armas de guerra de
maneira tão ostensiva."
Ele lembrou que crianças e adolescentes têm
grande participação nas
facções cariocas. De janeiro a julho, 640 garotos foram apreendidos. No flagrante, 192, ou 30%, estavam com armas. Destes,
89% (171) portavam armas de fogo. "É lamentável, mas eles já sabem que
vão morrer com no máximo 24 ou 26 anos."
Beltrame destacou ainda que o crime organizado
diversificou seus "negócios" -falou em caça-níqueis, venda de gás, transporte alternativo e TV a
cabo clandestina. "Isso
criou um viés a mais para a
corrupção policial."
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