São Paulo, terça-feira, 11 de setembro de 2007

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SuperVia acusa empregados por batida de trens

No Rio, sindicato dos ferroviários contesta a versão e pode entrar em greve em apoio a funcionários

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Três falhas do maquinista e duas do controlador, todas em seqüência e em um intervalo de seis minutos, foram responsáveis pela batida entre dois trens em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no dia 31 de agosto, acusa laudo da SuperVia divulgado ontem. O acidente deixou oito mortos e 101 feridos
A versão da concessionária culpa os funcionários Edson Assunção (controlador) e Norival Ribeiro do Nascimento (maquinista) e nega ter havido qualquer problema em seu sistema. Os funcionários não foram localizados ontem.
O Sindicato dos Ferroviários do Rio convocou assembléia para amanhã em que vai votar uma greve da categoria em solidariedade aos dois. Eles também contestaram o laudo. A Supervia deve ser multada pela Agetransp, agência reguladora, e responder judicialmente.
Segundo a SuperVia, houve cinco erros. O primeiro aconteceu às 16h06, quando o controlador Edson Assunção, que coordenava a operação, deixou que o trem com passageiros, de prefixo UP171, seguisse viagem depois de parar na estação de Comendador Soares, uma antes da de Austin.
Naquele momento, de acordo com a SuperVia, a composição sem passageiros, prefixo WP908, acabara de entrar na mesma linha do UP171.
Nesta situação, o correto, segundo os técnicos, seria que Assunção acionasse o sinal vermelho até que o trem sem passageiros saísse da mesma linha.
Ao seguir viagem, o maquinista do UP171, Norival Ribeiro do Nascimento, diz o laudo, cometeu sua primeira falha: excedeu a velocidade máxima permitida, de 60 km/h. No mesmo minuto em que saiu da estação, às 16h06, o maquinista chegou a 76 quilômetros por hora, afirma o documento. Na seqüência, Nascimento teria desrespeitado o sinal amarelo.
O quarto erro veio quando o controlador autorizou a mudança de rota do WP908 quando a outra composição se aproximava do cruzamento, às 16h09. Os técnicos afirmam que Assunção deveria ter ordenado que o WP908 parasse, para evitar a colisão, que ocorreu um minuto depois, quando o maquinista não parou completamente no sinal vermelho a 60 metros do local da batida, o quinto erro apontado.


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