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SuperVia acusa empregados por batida de trens
No Rio, sindicato dos ferroviários contesta a versão e pode entrar em greve em apoio a funcionários
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Três falhas do maquinista e
duas do controlador, todas em
seqüência e em um intervalo de
seis minutos, foram responsáveis pela batida entre dois trens
em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no dia 31 de agosto,
acusa laudo da SuperVia divulgado ontem. O acidente deixou
oito mortos e 101 feridos
A versão da concessionária
culpa os funcionários Edson
Assunção (controlador) e Norival Ribeiro do Nascimento
(maquinista) e nega ter havido
qualquer problema em seu sistema. Os funcionários não foram localizados ontem.
O Sindicato dos Ferroviários
do Rio convocou assembléia
para amanhã em que vai votar
uma greve da categoria em solidariedade aos dois. Eles também contestaram o laudo. A Supervia deve ser multada pela
Agetransp, agência reguladora,
e responder judicialmente.
Segundo a SuperVia, houve
cinco erros. O primeiro aconteceu às 16h06, quando o controlador Edson Assunção, que
coordenava a operação, deixou
que o trem com passageiros, de
prefixo UP171, seguisse viagem
depois de parar na estação de
Comendador Soares, uma antes da de Austin.
Naquele momento, de acordo com a SuperVia, a composição sem passageiros, prefixo
WP908, acabara de entrar na
mesma linha do UP171.
Nesta situação, o correto, segundo os técnicos, seria que Assunção acionasse o sinal vermelho até que o trem sem passageiros saísse da mesma linha.
Ao seguir viagem, o maquinista do UP171, Norival Ribeiro
do Nascimento, diz o laudo, cometeu sua primeira falha: excedeu a velocidade máxima permitida, de 60 km/h. No mesmo
minuto em que saiu da estação,
às 16h06, o maquinista chegou
a 76 quilômetros por hora, afirma o documento. Na seqüência, Nascimento teria desrespeitado o sinal amarelo.
O quarto erro veio quando o
controlador autorizou a mudança de rota do WP908 quando a outra composição se aproximava do cruzamento, às 16h09. Os técnicos afirmam
que Assunção deveria ter ordenado que o WP908 parasse, para evitar a colisão, que ocorreu
um minuto depois, quando o
maquinista não parou completamente no sinal vermelho a 60
metros do local da batida, o
quinto erro apontado.
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