São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Bancária é morta por ladrão em semáforo no Butantã

Mulher e marido foram abordados ao parar no sinal vermelho, na zona oeste de SP

Marido da bancária foi atingido por estilhaços; ele relatou à polícia que ergueu os braços para mostrar que não estava armado

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma bancária de 43 anos foi morta com um tiro no peito durante uma tentativa de assalto, na noite de anteontem, na zona oeste de São Paulo. O marido dela, um mecânico de 36 anos, foi ferido no rosto e nos braços por estilhaços de vidro.
O carro onde o casal estava tinha parado num semáforo com sinal vermelho na avenida Escola Politécnica, no Butantã. O criminoso fugiu a pé, sem levar nada. Até a conclusão desta edição, ele não havia sido identificado ou preso pela polícia.
Segundo a Polícia Civil, o bandido atirou duas vezes contra o vidro do carro depois de o casal ter se assustado com o anúncio do assalto -ele queria roubar o veículo, um Mercedes-Benz Classe A, ano 2000.
O mecânico João Carlos Bueno, que dirigia o veículo, contou aos policiais que levantou os braços para mostrar ao ladrão que não estava armado. O criminoso teria entendido o gesto como uma reação e disparou.
A mulher de Bueno, Valéria Maria Hernandes Bueno, estava no banco do carona do automóvel, que parou num sinal vermelho por volta das 21h50.
Segundo o relato do sobrevivente à PM, um homem armado, magro e alto, com camiseta vermelha, se aproximou pelo lado do motorista, bateu no vidro e anunciou o assalto.
O criminoso obrigou o motorista a abaixar o vidro escuro do carro. Mas, segundo o boletim de ocorrência, Bueno se assustou e ergueu os braços para mostrar que não estava armado e que iria colaborar.
Mas a atitude da vítima foi encarada de outra maneira pelo assaltante, que então fez dois disparos contra o vidro. Um tiro acertou Valéria. Estilhaços de vidro e de bala atingiram o olho esquerdo do marido dela.
O casal foi socorrido e encaminhado ao Hospital Universitário da USP. Valéria foi transferida ao Hospital das Clínicas, onde morreu às 4h de ontem.
Funcionários do Hospital Universitário informaram que Bueno não corre risco de morte e passará por exames para avaliar se a visão foi afetada. Ele está sedado, segundo o hospital.
O semáforo onde ocorreu a tentativa de assalto possui aparelho de radar fotográfico. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que, apesar de o sistema funcionar, ele não gera multas porque está em fase de testes.
Casados havia 14 anos, Bueno e Valéria têm um casal de filhos, de 13 e 12 anos. As crianças não estavam no veículo.
O casal voltava de Osasco, na Grande São Paulo, quando o carro foi abordado. Os dois haviam acabado de vender um sobrado da família. Policiais mobilizaram equipes em busca de pistas do suspeito, mas não conseguiram identificá-lo.


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