São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Pai confessou morte dos 2 filhos, diz polícia

Vigilante teria dito que os meninos de 12 e 13 anos foram mortos em Ribeirão Pires por gerar brigas dele com a atual mulher

Segundo o delegado, o pai confessou o crime na presença da irmã e chorou pela 1ª vez; ele e a madrasta dos garotos estão presos

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil afirmou que o vigilante João Alexandre Rodrigues, 40, confessou na madrugada de ontem ter assassinado, queimado e esquartejado seus dois filhos, de 12 e 13 anos, com a ajuda da madrasta das crianças, em Ribeirão Pires (Grande SP). Ele teria dito que os garotos foram mortos por gerar brigas entre o casal.
"As crianças iam motivar a separação. Aí [os suspeitos] acharam melhor exterminá-las", disse o delegado Luis Carlos dos Santos, da delegacia seccional de Santo André.
O casal foi preso no último sábado. A madrasta, Eliane Aparecida Rodrigues, 36, já havia confessado o crime.
"A grande diferença que existe entre os depoimentos é que ela diz que ele sufocou os dois meninos. Já o suspeito diz que a mulher, além de colocar um saco na cabeça, deu uma estocada no estômago do filho mais velho", disse o delegado.
Rodrigues confessou o crime na presença da irmã, na madrugada de ontem, depois que a polícia apresentou evidências contra ele e sua mulher, segundo relato do delegado.
"Pela primeira vez, nessa madrugada [ontem] ele [Rodrigues] chorou aqui, abraçado à irmã dele. Nesse momento demonstrou um certo arrependimento", disse o delegado.
Anteontem, com reagente químico, os peritos encontraram vestígios de sangue nas paredes, no chão da casa e nas sandálias que o casal usava quando foi preso. "Resta investigar pequenos detalhes, mas no todo [o crime] está esclarecido", disse o delegado.

Depoimento
Segundo a polícia, o vigilante disse que o crime não foi premeditado. Ele afirmou que Igor, 12, e João Vítor, 13, brigavam sempre com Eliane.
Já em 2005 o Conselho Tutelar havia registrado queixas de negligência e maus-tratos contra o casal. As crianças chegaram a morar com a tia e em um abrigo, mas foram devolvidas ao pai por decisão judicial -a mãe biológica abandonou os meninos anos atrás.
Rodrigues disse que a crise que levou ao crime começou na quarta, quando os meninos saíram de casa e foram levados de volta por guardas-civis.
Segundo o delegado, os meninos diziam que a madrasta os tinha expulsado de casa e ela dizia que eles tinham fugido.
Segundo a polícia, isso provocou uma discussão do casal na sexta, quando ele sugeriu a separação. O vigilante disse à polícia que em seguida teve discutiu com Igor e o asfixiou na sala, com um saco plástico. Afirmou que, na seqüência, Eliane asfixiou João Vítor e o golpeou com uma faca no quarto.
Eles levaram os corpos para o quintal para tentar queimá-los, sem sucesso. Fizeram então o esquartejamento. Conforme a polícia, os corpos foram colocados em sacos de lixo. Coube a Eliane colocá-los na rua para serem levados pelo lixeiro.
A Folha não teve acesso aos acusados, que ainda não têm advogado, segundo a polícia.


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