São Paulo, domingo, 11 de setembro de 2011

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Lojas paulistanas investem no estilo da 'vitrine conceito'

Pontos de venda de várias regiões da cidade apostam em 'ousadia', acompanhando tendência mundial

Mesmo no conservador bairro do Bom Retiro, há lojistas que gastam até R$ 50 mil em uma vitrine, diz "designer"

KATIA LESSA
MALU TOLEDO

MARIANNE PIEMONTE
DE SÃO PAULO

Desde que Audrey Hepburn apareceu hipnotizada pelas joias da Tiffany no filme "Bonequinha de Luxo", há 50 anos, muita coisa mudou nas vitrines, e não só nas de Nova York.
Apesar de ainda terem como meta vender sonhos de consumo, as vitrines paulistanas, acompanhando movimento que já é forte no exterior, passaram, nos últimos cinco anos, a apostar menos em exposições literais -manequim e produto- e a investir em mostrais conceituais. Um dos exemplos é a Casa Electrolux, loja de eletrodomésticos no Jardim América (zona oeste). Cercada de tiras de espelhos, a geladeira fica camuflada.
"As vitrines agora têm que vender estilo. As marcas estão exigindo mais referências de arte e design", diz Patrícia Rodrigues, 36, dona da Vitrina e Cia., que atende a Electrolux. Segundo ela, empresas de bens duráveis estão investindo em vitrines-conceito três vezes mais dinheiro do que o mercado de vestuário.
Entre as lojas que vendem roupas e sapatos, a Galeria Melissa, na rua Oscar Freire, é uma das que estão explorando esse formato. Aberta em 2005, fez das suas sandálias de plástico um detalhe da fachada de 30 m, que já mudou de decoração 30 vezes, com projetos que vão dos irmãos Campana, designers, à cantora Lovefoxx, do CSS.
"Nossa ideia era fazer com que a loja virasse uma mistura de outdoor e ponto turístico", diz a coordenadora de marketing Raquel Scherer.
Segundo o professor de "visual merchandising" do Senac-SP Daniel Fonseca, a concorrência internacional despertou a atenção das marcas para suas vitrines.
Apesar de não ser nova -Salvador Dalí e Andy Warhol fizeram vitrines em Nova York na primeira metade do século 20-, a ideia de chamar profissionais de outras áreas é a principal fórmula encontrada pelos lojistas.
Foi o que fez Fabio Boncheristiano, dono da chocolateria da marca francesa Valrhona, nos Jardins (zona oeste). Aberta há um ano e meio, a loja exibe bonecos de pano da artista Suzy Gheler.

BOM RETIRO
Mesmo com vitrines mais conservadoras, com produto e manequim, o Bom Retiro (região central) é apontado por profissionais da área como um dos pontos de venda mais atualizados da cidade.
Daniel Fonseca, do Senac-SP, conta que, antes mesmo da São Paulo Fashion Week de verão, em junho, a moda do "color blocking" (contraste entre duas ou mais cores fortes) já estava na rua José Paulino. Como vendem no atacado, as vitrines precisam falar aos lojistas.
Fernando Bervian, sócio do Núcleo Vitrine, diz ter clientes no bairro que gastam até R$ 50 mil em uma vitrine. Nas grandes magazines, o investimento também é alto. Na Marisa da av. Paulista, a vitrine de 28 m é trocada de 15 em 15 dias para atrair o 1,5 milhão de pessoas que circulam por ali todos os dias.


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