São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002

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TRANSPORTES

Alckmin se comprometeu a realizar a obra em abril, mas, segundo o governo, impasse sobre localização atrasou projeto

Passarela prometida não saiu do papel

DA REPORTAGEM LOCAL

A promessa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de construir uma passarela no trecho de 7 km do Rodoanel entre a Régis Bittencourt e a Raposo Tavares não foi cumprida até hoje.
Alckmin havia assumido esse compromisso em abril deste ano, dando um prazo de 30 dias para entregar a obra aos 20 mil moradores dos bairros Gramado, Jardim Vista Alegre e Jardim Mimas, que ficaram "ilhados" após a abertura dessa ligação, principalmente no Embu (região metropolitana de São Paulo).
Nelson Maluf El Hage, assessor da diretoria da Dersa, diz que a promessa não foi cumprida por causa de um impasse sobre a localização da passarela. "Alguns queriam em um lugar, outros, em outro. Até começamos a fazê-la, mas foi embargada", afirma.
Ele diz que a construção será feita depois do remanejamento de pontos de ônibus das proximidades, quando será possível realizar uma contagem da passagem de pedestres para definir a melhor localização da passarela.
No último trecho que será entregue hoje, de 18 km, entre a Raposo e a Anhanguera, passando pela Castello Branco, haverá duas passarelas, mas apenas provisórias. Ontem à tarde, quando a Folha esteve na área, elas ainda não estavam prontas.
El Hage diz que elas são pré-moldadas, de madeira, porque pode haver mudanças no fluxo de pedestres após a inauguração do Rodoanel. "Quando tivermos certeza da melhor localização, vamos fazê-las definitivas", afirma.
A Dersa diz que, de abril para cá, não houve nenhum atropelamento nesse trecho, apesar da ausência da passarela. No total, desde dezembro de 2001, foram registrados 67 acidentes, com 26 feridos e três mortos nos 14 km do Rodoanel abertos ao tráfego.
Outra reclamação de moradores do entorno e de motoristas é a falta de iluminação na obra -existente apenas nos entroncamentos. As luzes são consideradas importantes não só pelas características da estrada, com limite de velocidade de 100 km/h, mas por atravessar regiões urbanizadas. El Hage diz que essas melhorias serão feitas com o passar do tempo. "Gradativamente, quando os problemas forem surgindo, a gente fará as correções. O mais difícil já foi feito, que era construir a rodovia", afirma.
A gestão Marta Suplicy (PT) divulgou ontem uma nota à imprensa em que classifica como "precipitada" a inauguração do Rodoanel, com críticas, por exemplo, ao fato de não ter sido convocada para integrar um grupo de gerenciamento de riscos para os casos de acidentes. (AI)


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