São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA

Faixa com a inscrição "PCC 1533" foi deixada ao lado do corpo de soldado; polícia suspeita de ligação com outros ataques

PM é morto em atentado em Campinas

KLEBER TOMAZ
CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Pelo menos três homens armados com fuzis e submetralhadoras mataram o soldado Simão Pedro Ribeiro de Queiroz, 44, anteontem à noite, em frente a uma base comunitária da Polícia Militar, em Campinas.
A PM encontrou ao lado do corpo uma bolsa com uma faixa, que trazia as inscrições "PCC 1533" -alusão à facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
Segundo o diretor do Deinter 2 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior de São Paulo), Laerte Goffi Macedo, o crime pode ter relação com o atentado contra uma companhia da PM na zona leste, horas depois.
Na madrugada de ontem, homens em uma Parati branca passaram atirando em uma base da PM no Itaim Paulista. Ninguém ficou ferido. Uma faixa com a inscrição "Aos opressores do PCC" foi deixada no local.
Na terça à noite, criminosos abandonaram um carro com inscrição da facção em Higienópolis (centro), após abrir fogo contra dois policiais militares.
Segundo a polícia, Queiroz foi morto com dois tiros de fuzil 762, de uso exclusivo das Forças Armadas. O crime aconteceu por volta das 22h30, minutos depois de um carro da PM deixar a base, com dois soldados.
Testemunhas informaram que o soldado registrava a ocorrência de um acidente entre automóveis e estava do lado de fora da base vistoriando os veículos quando foi baleado. Os criminosos chegaram em um Kadett branco.
Um deles desceu do carro e perguntou à família que estava dentro da base, registrando a ocorrência do acidente, onde estavam os policiais do local. O acusado saiu então em direção a Queiroz, carregando o fuzil.
Segundo a PM, o soldado correu em direção à base para se proteger, mas foi atingido por dois tiros. Segundo as testemunhas, os homens que davam cobertura à ação, no Kadett, também atiraram antes de fugir.
O policial usava colete à prova de balas, mas os tiros acertaram seu peito na parte lateral. A família que estava na base não foi atingida. A polícia não revelou suas identidades para preservá-las.
Segundo o motorista A.R.F., 28, que passou pela base comunitária antes do crime, o som dos disparos provocou pânico. "Ouvi um monte de tiros, mas não saí de casa com medo de ser atingido por uma bala perdida."
Esse foi o terceiro atentado contra policiais da região neste ano. Uma base da PM em Hortolândia foi metralhada e atingida por uma granada. Em Sumaré, dois policiais civis foram mortos a tiros em uma delegacia da cidade.
Ontem, o comandante do CPI 2 (Comando de Policiamento do Interior), coronel Reynaldo P. Silva, deu autonomia aos comandantes de dez batalhões da região para reforçar o efetivo das bases comunitárias.


Texto Anterior: Energia: Curto-circuito provoca apagão no Nordeste
Próximo Texto: Mulher de traficante do Rio é presa em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.