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VIOLÊNCIA
Faixa com a inscrição "PCC 1533" foi deixada ao lado do corpo de soldado; polícia suspeita de ligação com outros ataques
PM é morto em atentado em Campinas
KLEBER TOMAZ
CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Pelo menos três homens armados com fuzis e submetralhadoras
mataram o soldado Simão Pedro
Ribeiro de Queiroz, 44, anteontem à noite, em frente a uma base
comunitária da Polícia Militar,
em Campinas.
A PM encontrou ao lado do corpo uma bolsa com uma faixa, que
trazia as inscrições "PCC 1533"
-alusão à facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
Segundo o diretor do Deinter 2
(Departamento de Polícia Judiciária do Interior de São Paulo),
Laerte Goffi Macedo, o crime pode ter relação com o atentado
contra uma companhia da PM na
zona leste, horas depois.
Na madrugada de ontem, homens em uma Parati branca passaram atirando em uma base da
PM no Itaim Paulista. Ninguém
ficou ferido. Uma faixa com a inscrição "Aos opressores do PCC"
foi deixada no local.
Na terça à noite, criminosos
abandonaram um carro com inscrição da facção em Higienópolis
(centro), após abrir fogo contra
dois policiais militares.
Segundo a polícia, Queiroz foi
morto com dois tiros de fuzil 762,
de uso exclusivo das Forças Armadas. O crime aconteceu por
volta das 22h30, minutos depois
de um carro da PM deixar a base,
com dois soldados.
Testemunhas informaram que
o soldado registrava a ocorrência
de um acidente entre automóveis
e estava do lado de fora da base
vistoriando os veículos quando
foi baleado. Os criminosos chegaram em um Kadett branco.
Um deles desceu do carro e perguntou à família que estava dentro da base, registrando a ocorrência do acidente, onde estavam
os policiais do local. O acusado
saiu então em direção a Queiroz,
carregando o fuzil.
Segundo a PM, o soldado correu
em direção à base para se proteger, mas foi atingido por dois tiros. Segundo as testemunhas, os
homens que davam cobertura à
ação, no Kadett, também atiraram antes de fugir.
O policial usava colete à prova
de balas, mas os tiros acertaram
seu peito na parte lateral. A família que estava na base não foi atingida. A polícia não revelou suas
identidades para preservá-las.
Segundo o motorista A.R.F., 28,
que passou pela base comunitária
antes do crime, o som dos disparos provocou pânico. "Ouvi um
monte de tiros, mas não saí de casa com medo de ser atingido por
uma bala perdida."
Esse foi o terceiro atentado contra policiais da região neste ano.
Uma base da PM em Hortolândia
foi metralhada e atingida por uma
granada. Em Sumaré, dois policiais civis foram mortos a tiros em
uma delegacia da cidade.
Ontem, o comandante do CPI 2
(Comando de Policiamento do
Interior), coronel Reynaldo P. Silva, deu autonomia aos comandantes de dez batalhões da região
para reforçar o efetivo das bases
comunitárias.
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