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Coronel da PM é investigado no caso Abadía
Amaury Sintoni Dias é apontado como sócio de loja que vendeu ao menos 8 carros ao grupo do megatraficante; ele nega
Piloto de aviões, apontado
como principal aliado de
Abadía, citou o nome do
oficial durante depoimento
ao juiz federal na última 5ª
MARIO CESAR CARVALHO
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O nome de um coronel da reserva da Polícia Militar é citado
na investigação sobre o megatraficante Juan Carlos Ramírez
Abadía como sócio de uma empresa que é acusada de ajudar a
lavar dinheiro do traficante. É a
primeira vez, no curso dessa investigação, que aparece o nome
de um PM. Oito policiais civis já
foram afastados por suspeitas
de extorquir o megatraficante.
O coronel Amaury Sintoni
Dias, 53, é apontado como sócio
da loja de carros MPR Multimarcas, que vendeu pelo menos oito automóveis para Abadía. Os carros eram pagos com dinheiro vivo e transferidos para o nome de laranjas. Um dos
laranjas trabalhava na loja.
Em entrevista à Folha, o coronel negou que seja sócio da
MPR (leia texto ao lado). Diz
que é amigo do dono da empresa, Antonio Marcos Ayres Fonseca (Marcão), que foi preso
em agosto, junto com o grupo
de Abadía, e depois liberado.
Foi o piloto de aviões André
Luiz Telles Barcellos quem citou o nome do coronel ao ser
interrogado pelo juiz federal
Fausto Martin de Sanctis, na
última quinta-feira. Barcellos é
apontado pela Polícia Federal
como um dos principais comparsas de Abadía no Brasil.
No interrogatório, a procuradora da República Thaméa Danelon Valiengo pergunta ao piloto se o dono da loja de automóveis nunca questionou o fato de todos os pagamentos serem feitos em dinheiro.
Barcellos diz: "Uma vez ele
[Marcão] me perguntou. Eu
não respondi, estava o sócio dele ao lado, e ele disse assim:
"Não quero saber de nada. Não
responde, André, fica quieto.
Isso aí é só você que sabe'".
Juiz: "Qual o nome do sócio?"
Barcellos: "O coronel Amauri."
Juiz: "Coronel?"
Barcellos: "Coronel da Polícia
Militar que é sócio na loja".
A transcrição indica que o coronel sabia do pagamento em
dinheiro e do uso de laranjas,
mas silenciou sobre o caso.
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