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Corregedoria vai investigar se policiais espionavam jornalistas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Corregedoria da Polícia Civil irá investigar a presença de
policiais da 7ª Delegacia Seccional Leste na entrada do prédio do Ministério Público Estadual da rua Minas Gerais, em
Higienópolis (centro). Segundo
promotores, os policiais, que
usavam dois carros e uma moto
(com placas adulteradas e sem
identificação), espionavam jornalistas que vão ao local.
No local fica a sede do Gaeco
(Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado), órgão que investiga grande
parte das acusações de extorsões supostamente praticadas
por policiais civis contra o megatraficante Juan Carlos Ramirez Abadía. A Folha revelou em
agosto, logo após a prisão de
Abadía, os supostos achaques.
Até agora, o governo de José
Serra (PSDB) afastou oito policiais suspeitos de extorsões.
Os policiais civis da 7ª Seccional ficaram no local, segundo investigação dos promotores, das 10h às 17h30 da última
terça em uma frutaria ao lado
do prédio. Nesse tempo, perguntavam quem eram os jornalistas que freqüentam o local.
Após serem alertados, os
promotores determinaram que
policiais do serviço secreto da
PM, que prestam apoio à Promotoria, abordassem os oito
suspeitos, que estavam em um
Celta, um Palio e em uma moto. As placas estavam adulteradas com fitas pretas.
Os policiais, que não explicaram o que faziam no local, foram liberados e seus superiores, questionados sobre a ação.
Só ontem, por volta das
12h40, os responsáveis pela 7ª
Seccional, localizada em Itaquera, a mais de 30 quilômetros do local, informaram que
os policiais estavam lá "para investigar um ladrão de motos".
O secretário da Segurança
Pública, Ronaldo Marzagão, foi
procurado na noite de ontem
pela Folha, mas não se manifestou nem forneceu os nomes
dos policiais investigados. Sua
assessoria apenas informou
que a investigação foi determinada pelo Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), órgão que comanda as
ações da Polícia Civil.
Segundo a assessoria de
Marzagão, os policiais contestam a versão de que vigiavam
jornalistas. Dizem que estavam
em uma "diligência policial".
(AC)
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