São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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Corregedoria vai investigar se policiais espionavam jornalistas

DA REPORTAGEM LOCAL

A Corregedoria da Polícia Civil irá investigar a presença de policiais da 7ª Delegacia Seccional Leste na entrada do prédio do Ministério Público Estadual da rua Minas Gerais, em Higienópolis (centro). Segundo promotores, os policiais, que usavam dois carros e uma moto (com placas adulteradas e sem identificação), espionavam jornalistas que vão ao local.
No local fica a sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão que investiga grande parte das acusações de extorsões supostamente praticadas por policiais civis contra o megatraficante Juan Carlos Ramirez Abadía. A Folha revelou em agosto, logo após a prisão de Abadía, os supostos achaques.
Até agora, o governo de José Serra (PSDB) afastou oito policiais suspeitos de extorsões.
Os policiais civis da 7ª Seccional ficaram no local, segundo investigação dos promotores, das 10h às 17h30 da última terça em uma frutaria ao lado do prédio. Nesse tempo, perguntavam quem eram os jornalistas que freqüentam o local.
Após serem alertados, os promotores determinaram que policiais do serviço secreto da PM, que prestam apoio à Promotoria, abordassem os oito suspeitos, que estavam em um Celta, um Palio e em uma moto. As placas estavam adulteradas com fitas pretas.
Os policiais, que não explicaram o que faziam no local, foram liberados e seus superiores, questionados sobre a ação.
Só ontem, por volta das 12h40, os responsáveis pela 7ª Seccional, localizada em Itaquera, a mais de 30 quilômetros do local, informaram que os policiais estavam lá "para investigar um ladrão de motos".
O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, foi procurado na noite de ontem pela Folha, mas não se manifestou nem forneceu os nomes dos policiais investigados. Sua assessoria apenas informou que a investigação foi determinada pelo Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), órgão que comanda as ações da Polícia Civil.
Segundo a assessoria de Marzagão, os policiais contestam a versão de que vigiavam jornalistas. Dizem que estavam em uma "diligência policial".
(AC)


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