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IBGE revela as 12 cidades mais influentes do país
Segundo o estudo, influência de São Paulo se estende até a região Norte do país
Brasileiro se desloca, em média, 54 km para ter acesso a serviços de saúde, 59 km para cursos de graduação e 48 km para fazer compras
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O estudo "Regiões de Influência das Cidades", do IBGE,
mostra que em 40 anos São
Paulo consolidou sua posição
de grande metrópole nacional.
A pesquisa divide o país em 12
áreas de influência comandadas por capitais. A rede de São
Paulo conta com o maior número de municípios (1.028) e
concentra mais de 40% do PIB
e 28% da população.
São Paulo tem projeção em
todo o país, e sua rede abrange
o Estado de São Paulo, parte do
Triângulo Mineiro e do sul de
Minas e se estende pelos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. A
concentração se reflete no PIB
per capita de R$ 21,6 mil para
São Paulo e de R$ 14,2 mil para
os demais municípios da rede.
De acordo com Claudio Stenner, coordenador da pesquisa,
desde 1966, quando pela primeira vez o IBGE foi a campo
para detectar as relações entre
os centros urbanos, São Paulo
ampliou sua área em direção à
região Norte. "O poder econômico de São Paulo e a melhoria
da acessibilidade, com a construção de estradas, ajudam a
explicar essa expansão", disse.
Na prática, a influência de
uma determinada cidade pode
ser medida pelas relações econômicas que ela mantém com
outras, a presença de órgãos de
gestão e a oferta de serviços de
saúde e de educação -ou seja, é
nela que a população da área de
influência busca médicos, cursos, produtos etc.
"Essa polarização de São
Paulo com relação ao PIB e a
questão econômica são fatores
de preocupação. As políticas de
desenvolvimento ainda demonstram uma fraca capacidade de mudança na tendência de
desigualdade territorial", afirma Júnia Santa Rosa, diretora
da Secretaria de Habitação do
Ministério das Cidades.
Educação
A pesquisa mostra que, para
muitas capitais, é mais relevante ter filiais em São Paulo do
que nas capitais próximas. Em
termos educacionais, São Paulo
conta com 227 tipos de cursos
de graduação, a maior diversidade entre as capitais, e um total de 597.422 matrículas no
ensino superior.
A concentração se repete
também na pós-graduação. No
fim de 2005, o país tinha 3.325
cursos de pós-graduação em
109 centros. As capitais reúnem 70% do total de cursos. A
disparidade é grande: a região
Sudeste conta com 1.880 e supera em muito o Sul, com 638.
São Paulo e Rio oferecem os
serviços de saúde mais complexos. Já os de uso mais freqüente
estão disponíveis em praticamente todo o país, e menos de
20% dos pacientes se internam
em centros com distância
maior do que 60 quilômetros.
Nas redes de alta complexidade, apenas um pequeno número de centros presta atendimento, e as pessoas que vivem
mais distantes deles têm pouca
possibilidade de se deslocar:
apenas 3% dos pacientes internados para cirurgia cardíaca residiam em municípios situados
a mais de 60 quilômetros do
centro em que se internaram.
"Em relação à acessibilidade
aos serviços de saúde no Brasil,
as desigualdades têm impacto
expressivo, o que compromete
os ideais de eqüidade do atendimento", afirma o estudo.
Para Diana Motta, coordenadora de Desenvolvimento Urbano do Ipea, a pesquisa mostra a necessidade de políticas
públicas desconcentração. "São
12 metrópoles que comandam
o sistema urbano do país. É preciso direcionar investimentos
para outras cidades, como centros médios e de menor porte."
Com base nas respostas de
4.625 municípios, o brasileiro
se desloca em média 54 quilômetros para serviços de saúde,
59 para cursos de graduação e
48 para fazer compras.
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