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Nova ponte vai criar corredor exclusivo para carros e motos
Obra receberá o nome de Octavio Frias de Oliveira, em homenagem ao publisher da Folha
Com entrega da ponte sobre o Pinheiros, motorista poderá seguir da marginal até o Jabaquara sem enfrentar filas de caminhões e ônibus
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A inauguração da ponte estaiada sobre o rio Pinheiros,
prevista para março de 2008,
vai criar um corredor exclusivo
para automóveis e motos na
avenida Roberto Marinho, hoje
aberta a todos os veículos.
Com o corredor, o motorista
terá a opção de, a partir da marginal Pinheiros, na zona oeste
de São Paulo, prosseguir até o
Jabaquara (bairro da zona sul)
sem enfrentar o tráfego de ônibus e caminhões.
Em 2010, quando o prolongamento da avenida estiver
concluído, será possível chegar
até a rodovia dos Imigrantes.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), decidiu
dar à ponte o nome do empresário Octavio Frias de Oliveira,
publisher da Folha, que morreu aos 94 anos em 29 de abril.
"É uma homenagem mais do
que adequada ao homem que
estruturou um dos maiores
grupos de comunicação do
país", diz Kassab.
Segundo o presidente da
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Roberto Scaringella, "a ponte e a avenida
compõem uma solução extremamente interessante. Têm
vocação para carros particulares, não admitem caminhões".
Scaringella diz que os caminhões e os ônibus terão como
opção, respectivamente, a avenida dos Bandeirantes e o eixo
da Roque Petroni Jr. Ele afirma ainda que a ponte estaiada
será uma opção para as congestionadas ponte do Morumbi
-que recebe até 6.000 carros/
hora- e Bandeirantes, com as
imensas filas de caminhões.
Outro efeito esperado no
trânsito da zona oeste é um aumento da velocidade na marginal Pinheiros, que, no pico, recebe até 12 mil veículos por hora, porque o motorista precisará frear menos nos acessos à
nova ponte. As alças das pontes
nas marginais, com projeto antigo, exigem que o motorista
quase pare nos acessos.
Cartão-postal
O projeto de R$ 233 milhões,
iniciado no governo Marta Suplicy (PT), foi concebido para
ser não somente funcional, mas
uma referência arquitetônica.
A obra consiste em estrutura
central, de 138 m de altura, onde estão presos os cabos que
dão sustentação às duas pistas,
de 190 m cada uma e capacidade para 4.000 veículos/hora.
Segundo a Emurb (Empresa
Municipal de Urbanização),
responsável pelo projeto, o que
diferencia a ponte de outras similares são as duas pistas estaiadas em curva -até hoje, há
pontes das mesmas características, mas com uma pista.
Para que fosse prevista a movimentação da ponte em dias
de ventania, já que as pistas são
suspensas, a maquete foi testada em túnel de vento. Pronta,
ela terá um leve balanço.
Programas de computador
calcularam o tamanho exato de
cada cabo de aço -eles têm dimensões diferentes e são milimetricamente encaixados.
A estrutura, sustentada por
cabos de aço amarelos e que poderá ser observada a quilômetros de distância, é vista como
novo "cartão-postal" e marco
arquitetônico comparável ao
edifício do Banespa e ao Masp.
O professor de arquitetura da
USP Nestor Goulart dos Reis ao
mesmo tempo elogia e critica o
projeto. "É positivo pensar em
obras adequadas, bem-feitas,
bonitas. Mas é preciso avaliar
custos, não exagerar, não fazer
coisas monumentais."
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