São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DULCE DAMASCENO DE BRITO (1927-2008)

Uma confidente brasileira em Hollywood

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Marlon Brando era vizinho e não falava com jornalistas. Correspondente em Hollywood, Dulce Damasceno conseguiu entrevistá-lo três vezes. Talvez porque não se achasse crítica de cinema. Dizia-se uma "fofoqueira".
Segundo o filho, quando "O Cruzeiro" tomava consciência do material que tinha em mãos, punha na capa. Afinal, "aquilo era exclusivo".
Mas a proximidade que Dulce teve com Carmen Miranda foi mais intensa. Tornou-se confidente da artista no começo dos anos 50.
"A Carmen se identificou muito com ela e morria de saudade do Brasil. Ela apresentou minha mãe a muita gente", lembra o filho. O resto está em seu livro "O ABC de Carmen Miranda".
Nascida em Casa Branca, a 229 km de São Paulo, começou a escrever cedo para uma revista de cinema, após ter enviado cartas ao editor. Era autodidata e até inglês conseguiu aprender sozinha.
Quando partiu para os EUA, o namorado ficou em SP. Em 1952, voltou ao Brasil, casou-se e retornou com o marido a Hollywood, onde morou por 15 anos. Era o marido quem fazia o papel de dona-de-casa. Teve dois filhos e um neto.
Atualmente, vivia numa casa de repouso e mantinha uma coluna na revista "Set", que ela ditava e um amigo escrevia -tinha Parkinson.
Seu texto deste mês, sobre a morte de Paul Newman, começa assim: "Os deuses de Hollywood estão sendo vencidos pela morte. É inevitável, mas triste". Morreu anteontem, aos 81, de embolia pulmonar e problemas cardíacos, em São Paulo.

obituario@folhasp.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Procura por carreira que forma professor cai até 58% na Fuvest
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.