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Pane para Itaipu e governo apura causas
Ministro Edison Lobão (Energia) diz que problema aconteceu numa linha de transmissão, que provocou desligamento de outras
Segundo o governo, pane afetou cerca de 800 cidades em nove Estados e DF, mas Folha apurou problemas
em outros seis Estados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O apagão de ontem, o maior
dos últimos dez anos, afetou
cerca de 800 cidades, de acordo
com estimativas do governo,
em nove Estados e no Distrito
Federal.
O Estado mais prejudicado,
segundo o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), foi o Rio,
mas a pane afetou SP, MG, PR,
GO, MT, MS, ES, PE e e até o
Paraguai, além de pontos do DF
-o Sudeste chegou a ficar totalmente às escuras. A Folha,
no entanto, apurou problemas
em mais seis Estados: RS, SC,
BA, RO, AL e AC.
"Houve um desligamento
completo da usina de Itaipu",
disse o ministro Edison Lobão
(Minas e Energia). Segundo
ele, o problema aconteceu em
uma linha de transmissão, que
foi desligada, o que levou ao
desligamento de outras.
A usina de Itaipu perdeu 14
mil megawatts do total de 17
mil que pode produzir. A queda
teria sido causada pelos fortes
temporais no Paraná. O problema estaria nas linhas de transmissão entre Ivaiporã (norte
do PR) e Tijuco Preto (SP).
Por volta da meia-noite, o
ONS (Operador Nacional do
Sistema), responsável por administrar o fornecimento de
energia no país, divulgava a informação de que o problema de
falta de energia persistia apenas nos Estados do RJ, SP e ES
- o fornecimento no Paraguai,
que chegou a ser totalmente interrompido, também já havia
retornado.
Lobão disse que o fornecimento no Brasil seria restabelecido até a manhã de hoje. A
usina de Itaipu estava parada e
as causas ainda não haviam sido totalmente identificadas até
pouco depois da meia-noite.
O diretor-geral brasileiro de
Itaipu, Jorge Samek, disse que
o tempo de recuperação do sistema dependeria da gravidade
do problema. "Se houve um
efeito boliche [torre atrás de
torre], pode consumir dias."
Ainda ontem, os técnicos
tentavam identificar a origem
do acidente numa extensão de
1.500 quilômetros, do Paraná
até São Paulo.
Havia três suspeitas: queda
de linhas de transmissão, defeitos em uma das subestações ou
pane na própria usina. Lobão
evitou comparações com a crise no fornecimento de energia
registrada no país em 2001. "O
sistema não é frágil. É um dos
mais seguros do mundo", disse.
"O que houve em 2001 foi
falta de energia e excesso de
consumo", afirmou. Em 2003,
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva chegou a afirmar que o
racionamento ocorrido em
2001 era "página virada" -em
outra ocasião, dois anos depois,
disse que o episódio ocorrido
no governo FHC havia sido
uma "vergonha nacional".
A situação foi avaliada como
grave pelo governo, que recebeu a informação do apagão logo após a sua ocorrência. O presidente Lula foi informado durante reunião em que discutia
com os governadores do Rio,
Sergio Cabral, e Espirito Santo,
Paulo Hartung, mudanças no
projeto do marco regulatório
do pré-sal.
Em seguida, determinou a
Lobão, que participava da reunião, que tomasse as providências para solucionar o problema e esclarecesse à população
o que estava ocorrendo.
Também estava na reunião a
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil), que já ocupou a pasta de
Energia. Ela deixou o local sem
falar sobre o assunto.
Assim que soube do apagão,
Cabral ligou para a Secretaria
da Segurança do Rio para colocar o Bope (grupo policial de
elite) na Linha Amarela e Vermelha e na avenida Brasil.
Também conversou com o prefeito Eduardo Paes e pediu para pôr a Guarda Civil na rua.
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