São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

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Blecaute para metrô, complica o trânsito e afeta até hospitais

Menos de uma hora depois do começo do apagão, bombeiros já tinham registrado 18 ocorrências de pessoas presas em elevadores

PM reforçou o policiamento em cruzamentos e em locais de grande concentração; telefones dos bombeiros ficaram sobrecarregados

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Em questão de segundos São Paulo ficou no escuro. O blecaute afetou metrô, trens, hospitais, semáforos e deixou ruas congestionadas. Até a conclusão desta edição, a situação não havia sido normalizada.
Na avenida Paulista, por volta das 22h13, o trânsito ficou caótico por causa dos semáforos desligados. Centenas de pessoas tomaram a avenida e ruas adjacentes.
Estações do metrô fecharam e os passageiros foram obrigados a ficar do lado de fora, sem saber para onde ir. Ônibus ficaram lotados.
Em alguns bairros, a energia chegou a ser restabelecida, mas a interrupção voltou.
A Polícia Militar reforçou o policiamento em cruzamentos e em locais de grande concentração de pessoas, como estações de trem e de metrô e saídas de faculdades. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, não houve confirmação de casos de arrastão na cidade.
A estudante Tayara Cayres, 21, estava no cursinho quando acabou a luz. "Todo mundo pegou o celular para iluminar a sala e se guiar para a saída do prédio", disse.
Tayara, que caminhou da Consolação até a Paulista na esperança de pegar o metrô, desistiu. "Vou esperar meu namorado, que está na USP", disse.
Perto dali, uma banca de jornal 24 horas ainda estava aberta. "A trava de segurança para fechar as portas, que é usada somente uma vez por ano, está em outro local", disse o vendedor Wilson Alves Mendes, 37. A saída foi manter as portas abertas, sem vender nada, pois estava tudo escuro.
Em Perdizes, a filha do dono de um bar na avenida Afonso Bovero, Elisa Saraiva, 24, disse que vai processar a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). "Eles vão ter que ressarcir o nosso prejuízo", disse. Segundo ela, por volta da meia-noite, a cerveja já estava esquentando e a refrigeração da geladeira com os alimentos para o almoço que pretendia servir hoje já não era boa.
Mas os problemas dela não acabaram aí. Muitos clientes que estavam no bar iriam pagar com cartão eletrônico. Como estava sem luz, o jeito foi liberar as pessoas. "Agora eu conto com a boa vontade deles para voltarem aqui amanhã [hoje], quando espero que a luz já tenha voltado ao normal", disse.

Telefone sobrecarregado
Segundo o Corpo de Bombeiros, foram registradas várias ocorrências de pessoas presas em elevadores em vários bairros, como Vila Maria, Luz, Sé, Santana, Vila Mariana e São Miguel Paulista. A corporação informou que estava priorizando o atendimento a pessoas com problemas de acessibilidade e de saúde.
O supervisor do telefone 193, plantão de atendimento dos bombeiros, sargento Cavalcante, disse que para cada ligação atendida na central havia de duas a quatro chamadas em espera. A corporação também recebeu relatos de suspeita de incêndios em várias regiões da cidade, mas as ocorrências notificadas eram por causa da fumaça dos geradores.
O telefone de emergência 190 da PM sofreu uma sobrecarga de ligações e grande parte das chamadas não foi atendida logo no início do apagão. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, a maioria delas era de pessoas amedrontadas que tiveram que ser acalmadas.
Policiais militares que trabalhavam na região de Perdizes (zona oeste) reclamaram que o sistema de rádio da polícia, que é digital, estava oscilando e que somente as ocorrências consideradas mais graves estavam sendo transmitidas.


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