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Lula agora admite realizar novo Enem
Presidente contraria ministro e afirma que, se for preciso, governo irá refazer a prova, como quer a Justiça
Haddad não comenta; ele defende nova prova para apenas os 2.000 alunos que não fizeram o exame completo
Marco Antonio Teixeira /Agência O Globo
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CONTRA O ENEM Alunos do Colégio Notre Dame, em Ipanema, fundaram o Mova-se (Movimento dos Vestibulandos Ativistas Sem Enem) que, segundo eles, já atraiu 500 estudantes para passeata pelo fim do exame, na próxima segunda
SIMONE IGLESIAS
ENVIADA ESPECIAL A MAPUTO (MOÇAMBIQUE)
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
Contrariando o que ministro Fernando Haddad (Educação) tem dito desde segunda-feira, o presidente Lula
disse ontem que, se for preciso, o governo fará uma nova
prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Em Moçambique, Lula foi
questionado pelos jornalistas sobre a decisão da Justiça
de suspender o exame do último final de semana após o
registro de várias falhas.
"Vamos fazer uma investigação e duas coisas estarão
garantidas à juventude brasileira: a Polícia Federal vai fazer todas as investigações para saber o que aconteceu efetivamente e nenhum jovem
vai ficar sem cursar a universidade", disse Lula.
"Se for necessário fazer
uma prova, faremos. Se for
necessário fazer duas, faremos. Se for necessário fazer
três, faremos, mas o Enem
continuará a ser fortalecido."
Na segunda, porém, Lula
descartou a possibilidade de
anular a prova, alegando que
tinha sido um "sucesso".
Aplicado no último fim de
semana para 3,3 milhões de
pessoas, o exame teve problemas principalmente no
primeiro dia (sábado), quando parte dos exemplares saiu
com folhas repetidas ou erradas. Havia erro também no
cabeçalho do gabarito.
Houve outros problemas,
como uso de celular durante
a prova -o que, para a Justiça, mostra que a segurança
do exame é falha. A PF investiga ainda denúncia de vazamento do tema da redação.
Devido aos erros, a Justiça
Federal do Ceará determinou
a suspensão do Enem. O MEC
apresentará explicações à
Justiça até amanhã.
A pasta informa que três
participantes foram eliminados por escrever mensagens
no Twitter durante a prova.
SILÊNCIO DE HADDAD
Procurado, o ministro Fernando Haddad não quis falar. O MEC limitou-se a dizer
em nota que não vê "necessidade de realizar" nova prova.
"O que o presidente da República afirmou é que o projeto do novo Enem, como
anunciado na sua implantação, se consolidará com mais
de uma edição por ano", informa em nota à imprensa.
Para o MEC, foram poucos
os "verdadeiramente prejudicados". A estimativa inicial
é que, das 21 mil provas erradas, cerca de 2.000 não foram trocadas na hora. A pasta também divulgou ontem
nota do Conselho Nacional
dos Secretários de Educação
em apoio à prova.
A Defensoria Pública da
União, que também defende
a anulação da prova, já recebeu cerca de 3.400 queixas
sobre o Enem.
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