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Documentos somem de DP investigado
Promotoria apura suspeita de que boletins falsos eram usados para extorquir dinheiro de donos de postos
Ex-delegado do aeroporto de Cumbica nega envolvimento com suposto esquema de fraude e extorsão
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
O Ministério Público diz
que documentos que poderiam ajudar na investigação
da suspeita de que boletins
de ocorrência foram forjados
contra postos de combustíveis desapareceram na delegacia do aeroporto de Cumbica (Grande São Paulo).
A constatação, segundo a
Promotoria, aconteceu anteontem, quando o órgão
realizava buscas no local. Desapareceram documentos
oficiais - espécie de ordens
para ações policiais- e livros
de registro de boletins.
Conforme a Folha revelou
no dia 4, um delegado, dez
policiais da unidade e cinco
agentes da Polícia Federal
são investigados.
O esquema, segundo a investigação, consistia em policiais pagarem para funcionários do aeroporto de R$
100 a R$ 300 para que eles registrassem boletins com suspeitas sobre a procedência
do combustível.
Em poder dos BOs, segundo a apuração, policiais pressionavam os donos dos postos para obter vantagens.
O delegado Carlos Alberto
Achôa Mezher, ex-chefe da
delegacia de Cumbica, é um
dos investigados. Procurado,
ele não quis falar. Em entrevistas anteriores ele negou as
suspeitas. Ontem, Mezher
pediu para deixar a diretoria
da Delegacia Especializada
no Atendimento ao Turista
para cuidar de sua defesa e
recebeu férias de 45 dias.
Um delegado plantonista
de Cumbica disse às autoridades que Mezher pediu para
que ele registrasse um BO
contra um posto concorrente
ao de um amigo dele.
Roberto Krasovic, delegado da divisão que cuida da
delegacia de Cumbica, disse
que fará hoje uma reunião
para tentar descobrir o que
houve com os documentos.
A Promotoria também
achou ofício na delegacia para tentar agilizar a retirada de
passaporte, o que não é atribuição da Polícia Civil.
Mezher já era investigado
sob suspeita de manter empresa de segurança que tem
contratos de mais de R$ 4 milhões com o Estado e a prefeitura e que também agiliza a
retirada de passaportes. Ele
nega participar do negócio.
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