São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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Documentos somem de DP investigado

Promotoria apura suspeita de que boletins falsos eram usados para extorquir dinheiro de donos de postos

Ex-delegado do aeroporto de Cumbica nega envolvimento com suposto esquema de fraude e extorsão

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

O Ministério Público diz que documentos que poderiam ajudar na investigação da suspeita de que boletins de ocorrência foram forjados contra postos de combustíveis desapareceram na delegacia do aeroporto de Cumbica (Grande São Paulo).
A constatação, segundo a Promotoria, aconteceu anteontem, quando o órgão realizava buscas no local. Desapareceram documentos oficiais - espécie de ordens para ações policiais- e livros de registro de boletins.
Conforme a Folha revelou no dia 4, um delegado, dez policiais da unidade e cinco agentes da Polícia Federal são investigados.
O esquema, segundo a investigação, consistia em policiais pagarem para funcionários do aeroporto de R$ 100 a R$ 300 para que eles registrassem boletins com suspeitas sobre a procedência do combustível.
Em poder dos BOs, segundo a apuração, policiais pressionavam os donos dos postos para obter vantagens.
O delegado Carlos Alberto Achôa Mezher, ex-chefe da delegacia de Cumbica, é um dos investigados. Procurado, ele não quis falar. Em entrevistas anteriores ele negou as suspeitas. Ontem, Mezher pediu para deixar a diretoria da Delegacia Especializada no Atendimento ao Turista para cuidar de sua defesa e recebeu férias de 45 dias.
Um delegado plantonista de Cumbica disse às autoridades que Mezher pediu para que ele registrasse um BO contra um posto concorrente ao de um amigo dele.
Roberto Krasovic, delegado da divisão que cuida da delegacia de Cumbica, disse que fará hoje uma reunião para tentar descobrir o que houve com os documentos.
A Promotoria também achou ofício na delegacia para tentar agilizar a retirada de passaporte, o que não é atribuição da Polícia Civil.
Mezher já era investigado sob suspeita de manter empresa de segurança que tem contratos de mais de R$ 4 milhões com o Estado e a prefeitura e que também agiliza a retirada de passaportes. Ele nega participar do negócio.


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