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Briga de professora de 62 anos e alunos de 8 termina na delegacia
Mães acusam docente de agressão; já ela diz que foi agredida pelos alunos da segunda série
Enquanto apura o caso, secretaria da Educação afastou docente, que era substituta na aula e está prestes a se aposentar
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
LUIZA PELLICANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO
Uma briga envolvendo
uma professora de 62 anos e
três alunos de 8 anos dentro
de uma sala de aula da segunda série acabou na delegacia em Ribeirão Preto (313
km de São Paulo).
De um lado, as mães dos
alunos registraram boletim
de ocorrência acusando a
professora de lesão corporal.
De outro, a docente nega a
agressão e diz que foi ela a
agredida pelas crianças.
O caso aconteceu na tarde
de anteontem na escola estadual Deputado Orlando Jurca, no bairro Adelino Simioni, na periferia da cidade.
Mães de três crianças (dois
meninos e uma menina) dizem que seus filhos relataram que a professora Nadir
Rodrigues deu um soco na
boca dele e também agarrou
uma delas pelo braço, a empurrando em seguida.
Segundo os alunos, a confusão se deu porque Nadir,
primeiro, deixou de castigo
um menino que foi ao banheiro, contrariando sua autorização. Uma das meninas,
diz esse relato, também não
foi autorizada a ir ao banheiro e urinou nas calças -outra
menina, ao tentar ajudá-la,
teria sido agredida.
A professora, que é substituta, nega tudo, diz que só
pediu que a aluna esperasse
outra menina voltar do banheiro. "Em 23 anos de magistério nunca passei por isso. Nessa história eu é que sou a vítima", diz ela, que
aguarda resposta de pedido
de aposentadoria.
Ela disse ainda que tem
marcas da agressão que sofreu, mas não deu detalhes.
Ontem, a Secretaria de Estado da Educação afastou a
professora por tempo indeterminado enquanto segue
com a apuração. Tanto os
alunos como a docente passaram ontem por exame médico. A Delegacia de Defesa
da Mulher investiga o caso.
Em nota, a secretaria disse
que além do afastamento da
docente, iniciou uma apuração preliminar. Afirmou ainda que as crianças passaram
a receber acompanhamento
especial de professores.
Para Sérgio Kodato, coordenador do Observatório da
Violência e Práticas Exemplares, da USP de Ribeirão
Preto, atualmente os professores estão em seu limite
dentro da sala de aula. "Eles
não têm nenhum meio para
coibir um comportamento
inadequado. Uma série de fatores faz os alunos se sentirem impunes."
A escola Orlando Jurca fica
em bairro violento, com forte
atuação do tráfico de drogas.
Para o delegado Sérgio Siqueira, do 5º DP, a região é a
"faixa de Gaza" da cidade.
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