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Corretor da bolsa é morto com espeto no RJ
Pedreiro que trabalha no prédio confessou o crime e disse ter agido movido por raiva após convite sexual feito pela vítima
Testemunhas viram os
dois bebendo no bar do condomínio antes de subirem para a cobertura; tríplex foi incendiado
PEDRO DANTAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O corretor da Bolsa de Valores do Rio Osni Magalhães Lacerda, 56, foi assassinado na
madrugada de ontem em sua
cobertura tríplex no Humaitá,
na zona sul do Rio. Ele foi encontrado morto com um espeto
de churrasco atravessado da
garganta até a cabeça.
O pedreiro Júlio Dias da Mota, 25, confessou o crime, segundo a polícia, e disse que o
matou em um momento de raiva porque Lacerda o teria convidado a ter relações sexuais.
De acordo com a polícia, o pedreiro era funcionário do prédio e, na noite de sábado, por
volta das 21h30, tentou entrar
em um evento que acontecia no
salão de festas. Barrado, o pedreiro teria iniciado um tumulto apartado por Lacerda, que
convidou Mota para tomar cervejas no bar do condomínio.
Testemunhas afirmaram que
os dois beberam até as 23h30 e
subiram para a cobertura de
Lacerda. Segundo a versão do
pedreiro, no apartamento, por
volta da 1h, Lacerda o teria assediado para manter relações
sexuais. Diante da negativa, a
vítima teria ficado enfurecida e
ateou fogo a um cobertor.
O pedreiro afirma ainda que
bateu com um vaso de flores na
cabeça de Lacerda e em seguida
tentou por seis vezes matá-lo
com espetos de churrasco. A
força empregada por Mota envergou cinco espetos. Um dos
objetos estava dobrado ao
meio. Após conseguir matar
Lacerda na sexta tentativa, Mota desceu e avisou ao síndico
sobre um incêndio.
A versão do pedreiro é contestada pelo delegado-titular
Rodrigo Santoro, responsável
pelo inquérito. Ele diz acreditar
que Mota, após matar Lacerda,
ateou fogo na cobertura para
apagar as provas. Os bombeiros
chegaram rapidamente e o incêndio atingiu apenas parcialmente o local.
O pedreiro disse que perfurou seis vezes o corretor "por
causa da raiva" e confirmou
que havia visitado o apartamento de Lacerda outras vezes,
mas que os dois nunca tiveram
relações sexuais.
O corretor era separado há
mais de 20 anos, pai de dois filhos, e alugava quartos de sua
cobertura para dois rapazes.
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