São Paulo, terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Índice

Cinilia Gisondi, "artista da sala de aula"

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os feudos e bárbaros da Idade Média "ganhavam cores reais na voz e interpretação de Cinilia Tadeu Gisondi", dizem os alunos da professora que por 28 anos se dedicou ao ensino de história no tradicional Colégio Bandeirantes, em São Paulo.
"Quem processa o conhecimento é quem recebe", costumava dizer, fazendo da interatividade com os alunos um lema, que manteria como coordenadora do Programa Cidadania do Bandeirantes.
Nasceu e viveu toda a vida em São Paulo, tendo estudado no mesmo colégio em que viria a dar aula. Formou-se historiadora e fez mestrado -mas era entre os alunos que se sentia feliz.
Prazer e trabalho se misturavam para quem viajou e fotografou a região do Mediterrâneo, a Ásia e cada país da Europa, usando as fotos para ensinar -dizem os alunos que lecionava "como quem apresentava uma peça de teatro", até com vozes e sotaques. Como "uma artista da sala de aula".
Mas ela também era reconhecida fora dali. Muitas foram as questões que preparou para o vestibular da Fuvest e as colaborações para o caderno Fovest, da Folha -conhecimento condensado nos livros da coleção "História nos Vestibulares".
Nos blogs, mensagens de ex-alunos amolecidos por lembranças de infância -quando passavam o dia em frente às suas "lousas escritas de ponta a ponta" -, ao saber de sua morte, aos 51 anos, em São Paulo. Que ocorreu após quatro anos, cinco meses e 14 dias de quimioterapia -muitos dos quais corrigindo provas, horas a fio, o computador no colo. Não tinha filhos.


Texto Anterior: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.