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Cinilia Gisondi, "artista da sala de aula"
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os feudos e bárbaros da
Idade Média "ganhavam cores reais na voz e interpretação de Cinilia Tadeu Gisondi", dizem os alunos da professora que por 28 anos se
dedicou ao ensino de história
no tradicional Colégio Bandeirantes, em São Paulo.
"Quem processa o conhecimento é quem recebe",
costumava dizer, fazendo da
interatividade com os alunos
um lema, que manteria como
coordenadora do Programa
Cidadania do Bandeirantes.
Nasceu e viveu toda a vida
em São Paulo, tendo estudado no mesmo colégio em que
viria a dar aula. Formou-se
historiadora e fez mestrado
-mas era entre os alunos
que se sentia feliz.
Prazer e trabalho se misturavam para quem viajou e fotografou a região do Mediterrâneo, a Ásia e cada país
da Europa, usando as fotos
para ensinar -dizem os alunos que lecionava "como
quem apresentava uma peça
de teatro", até com vozes e
sotaques. Como "uma artista
da sala de aula".
Mas ela também era reconhecida fora dali. Muitas foram as questões que preparou para o vestibular da Fuvest e as colaborações para o
caderno Fovest, da Folha
-conhecimento condensado nos livros da coleção
"História nos Vestibulares".
Nos blogs, mensagens de
ex-alunos amolecidos por
lembranças de infância
-quando passavam o dia em
frente às suas "lousas escritas de ponta a ponta" -, ao
saber de sua morte, aos 51
anos, em São Paulo. Que
ocorreu após quatro anos,
cinco meses e 14 dias de quimioterapia -muitos dos
quais corrigindo provas, horas a fio, o computador no
colo. Não tinha filhos.
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