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Ex-sargento da PM é preso sob suspeita de mortes em série
Juíza decretou prisão com base em testemunha que diz ter visto crime em agosto
Jairo Francisco Franco era investigado desde 2007 sob suspeita de integrar um grupo de extermínio em Osasco, onde trabalhava
ROGÉRIO PAGNAN
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O sargento reformado da Polícia Militar de São Paulo Jairo
Francisco Franco foi preso ontem depois que a Justiça decretou sua prisão temporária
-por 30 dias. De acordo com a
Polícia Civil, o ex-PM é investigado sob a suspeita de ser o
"maníaco do arco-íris".
Conforme revelou a Folha
na segunda-feira, de julho de
2007 a agosto deste ano,
13 homens foram assassinados
no parque dos Paturis, em Carapicuíba, perto de Alphaville,
na Grande São Paulo.
Os crimes são atribuídos pela
polícia ao chamado "maníaco
do arco-íris" -uma alusão à
bandeira colorida da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais). Ocorreram dentro do
parque que, à noite, é ponto de
encontro de homossexuais.
Ao ser preso ontem, Franco
trabalhava como segurança em
um supermercado de Osasco,
cidade vizinha a Carapicuíba.
Testemunha
Para pedir a decretação da
prisão do ex-policial militar à
Justiça, o delegado Paulo Fernando Fortunato, chefe da Polícia Civil em Carapicuíba, usou
como base o depoimento de
uma testemunha que afirmou à
polícia ter visto quando Franco
atirou 12 vezes contra um homem negro -ainda sem identificação-, em agosto.
Essa testemunha disse ter reconhecido o ex-PM, com quem
já tinha mantido relações sexuais no local. Disse ainda que
Franco costumava usar roupas
escuras. A Folha revelou anteontem que outra testemunha, um comerciante que costuma freqüentar o parque, tinha apontado o ex-PM como
freqüentador habitual do local.
Os disparos foram feitos com
uma arma semi-automática
que a polícia acredita ser uma
pistola 380. O crime ocorreu na
noite de 19 de agosto deste ano.
Nenhuma arma foi apreendida com o ex-PM ontem. Dos
outros 12 assassinatos ocorridos no parque, 11 foram cometidos com um revólver calibre
38 e um foi por pauladas.
O delegado Paulo Fernando
Fortunato investigava a possível participação do sargento reformado nos crimes do parque
dos Paturis desde o dia 18 de
outubro, quando a Folha revelou um outro crime em que ele
também é considerado suspeito: o assassinato do travesti Pedro João Itavan Peixoto, 27, conhecido como Pamela.
Peixoto foi morto em Osasco.
Seu corpo foi achado com um
tiro na cabeça. Segundo a Polícia Civil, horas antes do assassinato, o travesti e o ex-PM se
registraram juntos num hotel,
onde passaram algumas horas.
Franco trabalhou até julho
no 14º Batalhão da PM, em
Osasco. Era investigado desde
2007 sob a suspeita de ser um
dos policiais que agiriam em
um grupo de extermínio chamado de Eu Sou a Morte.
A arma usada pelo PM quando ele trabalhava na corporação será rastreada e periciada.
A prisão foi decretada pela
juíza Roberta Poppi Neri.
Franco foi transferido à noite
para o presídio militar Romão
Gomes, na capital.
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