São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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Foco

"Papai Noel" usa Correios para levar presentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos envelopes postados nos Correios, meio milhão de cartas têm só o destinatário, sem endereço. É para Papai Noel, a quem crianças pedem de brinquedos a fogões e geladeiras porque os pais "não têm condições de comprar nada no Natal".
Os pedidos não vão para a lata de lixo. Há alguns anos, depois da iniciativa de servidores que voluntariamente respondiam às cartas destinadas ao Papai Noel, a empresa montou um programa para captação de presentes nas agências. Só nos últimos três anos de campanha, os Correios já distribuíram mais de 715 mil objetos.
Para "adotar" uma carta é preciso ir a uma agência, comprar o que a criança pediu e depois despachar o presente no mesmo lugar. Até ontem, 60 mil cartas haviam sido cadastradas só na Grande São Paulo.
Os presentes mais pedidos nas cartas são bonecas, videogames, bicicletas, material escolar, bolas e roupas, que os Correios entregam gratuitamente até o próximo dia 15. Depois dessa data, é preciso pagar a postagem.
"Meu pai é o único que trabalha, mas ganha pouco e não pode realizar o nosso sonho de Natal. Gostaria de ganhar uma bicicleta e minha irmã um Ken, que é o marido da Barbie. Como sabemos que esses presentes são caros, vamos ficar felizes com roupas ou até mesmo uma cesta de Natal", pede a carta de Nicole e Alessandra, duas irmãs de 3 e 10 anos.
Com a demanda de cartas e doações, os Correios montaram a Casa do Papai Noel, na diretoria regional da empresa, na Vila Leopoldina (zona oeste). Outros cem pontos foram montados nas agências de São Paulo.
"As crianças ficam ansiosas, e para elas é uma alegria receber presente de Papai Noel. Eu mesmo acreditava", diz o analista tributário Luís Carlos Pankoski, que aderiu ao programa e vai doar um patinete, com o qual gastou R$ 100.
Além de doações de brinquedos, os voluntários trabalham na triagem das cartas, pois entre os pedidos que chegam há vários de adultos, que não são atendidos. Para os Correios, "o critério de seleção é a razoabilidade". (VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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