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Rio interdita quarteirão no
centro após prédio se inclinar
Moradores tiveram que sair; problema é atribuído a obra de edifício vizinho
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
Mais de 20 imóveis de um
quarteirão na Lapa, no centro
do Rio, foram interditados após
um prédio residencial de 12 andares se inclinar cinco centímetros, às 4h30 de ontem. Os
moradores foram acordados
pelo síndico e, assustados, receberam dos bombeiros a ordem
para sair imediatamente.
Técnicos atribuem o problema às escavações para a obra de
um prédio vizinho, empreendimento da construtora WTorre.
Por precaução, todos os mais
de 20 imóveis daquele quarteirão da rua dos Inválidos -inclusive uma igreja aberta em
1854- foram esvaziados e ficarão interditados pelo menos
até a manhã de hoje. Um sobrado da rua do Senado, vizinho à
igreja, também está interditado. O prédio que inclinou foi escorado com vigas de metal e
não deve ser liberado hoje.
Cerca de 200 moradores foram desalojados, segundo a Defesa Civil. Desses, 80 não tinham onde ficar e receberam
auxílio da prefeitura para passar a noite. Está sendo realizado um monitoramento que
avalia a cada meia hora se o prédio continua cedendo. Até a
noite de ontem, a inclinação
não havia aumentado.
A causa da movimentação será confirmada oficialmente por
meio de laudo técnico. Mas a
Defesa Civil Municipal e o
Crea-RJ (Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura do
Rio) consideram muito provável que uma escavação para a
construção de um prédio vizinho, que ocupa um quarteirão,
tenha causado a inclinação.
A obra não foi suspensa. Segundo a prefeitura, o prédio, erguido pela WTorre, terá 33 andares de escritórios comerciais.
O empreendimento, autorizado pela administração municipal em março, começou em
agosto e por enquanto se resume a um buraco de 20 metros
de profundidade e 10 mil m2.
Segundo Antonio Eulálio
Araújo, conselheiro do Crea-RJ, o órgão vai convocar os responsáveis pela obra para explicar o que ocorreu, e os eventuais culpados serão punidos.
Moradores vizinhos do prédio em construção afirmam
que há meses alertam a Defesa
Civil sobre rachaduras em imóveis da área. "Os responsáveis
pela igreja pediram uma vistoria, por conta de rachaduras,
mas a Defesa Civil já estava
monitorando toda a área", conta Sérgio Simões, subsecretário
municipal da Defesa Civil.
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