São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2010

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BENITO ARRABAL RIBALLO (1948-2010)

Um projetista espanhol que foi faixa preta no judô

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Durante a infância, vivida na Mooca, na zona leste de São Paulo, Benito Arrabal Riballo foi um garoto tão tranquilo que a molecada botou nele o apelido de Pacífico.
O pacato Benito havia nascido na região de Andaluzia, na Espanha. Seu pai, André, depois da Guerra Civil Espanhola, começou a ter dificuldades para achar emprego e escolheu vir para o Brasil no começo da década de 50.
Foi uma mudança a conta-gotas. Primeiro veio o pai, mecânico ferramenteiro. Depois, a mãe e a irmã. Por fim, Benito chegou ao país aos sete, acompanhado do irmão, Pedro, então com 14 anos.
No Senai, o rapaz aprendeu o ofício de projetista. Desenhava dispositivos para a montagem de produtos eletrônicos e, assim como o pai, foi funcionário da Arno.
Na Fundição Brasil, onde também trabalhou, ele aproveitou o fato de ser um esportista e virou o instrutor de judô da criançada, na academia da empresa. Era faixa preta na modalidade.
Forte e com 1,80 m, como é descrito pelo irmão, gostava ainda de praticar natação, basquete e handebol. Por anos, foi sócio do Juventus e, na época do Senai, jogou futebol, como goleiro do time.
Ao contrário da irmã, que voltou a viver na Espanha, Benito manteve-se no Brasil sempre como projetista. No fim da carreira, teve um escritório na zona sul da capital, onde fazia trabalhos para a Caterpillar, fabricante de equipamentos pesados.
Nos últimos três anos, sua saúde se agravou devido ao cigarro. Morreu no sábado, aos 62, após parada cardíaca. Foi casado duas vezes. Deixa quatro filhos e dois netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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