São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2010

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Estudo prevê "boom" de atrasos nos voos do país

Problema pode quadruplicar em aeroportos às vésperas da Copa de 2014

Leia neste caderno, das turmas de treinamento da Folha, os desafios do setor que é sinônimo de dor de cabeça no Brasil


NATÁLIA CANCIAN
MARÍLIA ROCHA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O aumento de passageiros nos aeroportos, que na última década chegou a quase 90%, deve seguir um ritmo acelerado nos próximos anos e pode causar um "boom" de atrasos nos voos do país.
A conclusão é de um estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP), segundo o qual o problema pode quadruplicar em três anos, caso a demanda mantenha um crescimento anual de 15%, que é a média dos últimos sete anos.
A projeção leva em conta a situação atual dos aeroportos, sem ajustes de infraestrutura necessários. A porcentagem de voos atrasados deve saltar dos 11,6% registrados até novembro deste ano para 43,9% em 2013.
Em 2007, quando o país enfrentou uma de suas piores crises no setor, os atrasos atingiram 28,6% dos voos.
A fim de evitar um novo "apagão", a Infraero prevê obras em 13 aeroportos considerados estratégicos e 24 intervenções de reforma, ampliação e construção de equipamentos aeroportuários.
Enquanto placas não são descerradas, a estatal passou a usar nova metodologia para avaliar a capacidade dos aeroportos que administra.
Ela expande o número anual de passageiros que cada local pode receber. Entre os 20 aeroportos mais movimentados do Brasil, 12 que até fevereiro seriam definidos como saturados passaram a estar dentro do limite.
Especialistas questionam a alteração. "É conveniente dizer que vai caber, mas fica pior que mercado de peixe", diz o professor de engenharia aeronáutica da USP São Carlos James Waterhouse.
A Infraero afirma que a revisão da capacidade de passageiros foi possível porque houve diminuição do índice de voos internacionais em relação aos domésticos, que exigem menos infraestrutura e têm atendimento mais ágil.
A capacidade anterior no aeroporto de Guarulhos, o maior do país, por exemplo, era de 20,5 milhões de passageiros por ano. Até outubro, haviam passado por lá 22 milhões de pessoas. Tudo certo para a estatal, pois a nova capacidade é de até 25 milhões.
Para este mês de dezembro, o mais movimentado do ano, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) prevê que 14 milhões de pessoas devem usar os aeroportos.
Cerca de 18% dos voos podem atrasar. São números "bons", segundo a agência, pois estão dentro da média da Europa, que é de 17%.
Nas próximas páginas deste caderno, entenda por que pegar avião no Brasil não é tão simples e saiba como garantir seus direitos e o que pode ser feito a fim de contornar possíveis problemas.

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