São Paulo, segunda, 12 de janeiro de 1998.



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SAÚDE
Foram registrados 226.912 casos da doença -número recorde- em 97; em 94, a notificação chegou a 56.621
Dengue quadriplica no governo FHC

MARCOS PIVETTA
da Reportagem Local

O número de casos de dengue no país durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso quadruplicou. Em 97, a FNS (Fundação Nacional de Saúde), do Ministério da Saúde, contabilizou 226.912 casos notificados da doença no Brasil -ocorrência recorde da moléstia no país.
Em 94, último ano do governo Itamar Franco, foram registrados oficialmente 56.621 casos da dengue, doença que causa febre alta, dores e vermelhidão no corpo e pode levar à morte.
Desde o início da década de 90, a dengue vem contaminando mais brasileiros ano após ano e o governo federal não conseguiu, até agora, parar o avanço da moléstia.
A dengue hemorrágica matou cinco pessoas do Rio Grande do Norte e uma de Maricá (RJ), em 97.
Quatro de cada cinco casos de dengue confirmados pelo ministério em 97 tinham como vítimas moradores do Nordeste.
Em 97, essa região registrou 182.545 casos da doença, número ligeiramente maior do que o total de casos contabilizados em todo o Brasil no ano anterior.
A região que teve menos casos da doença foi a Sul, com 716 ocorrências notificadas, todas no Paraná (0,3% do total de casos do país).
Segundo o Ministério da Saúde, houve 1.877 casos no Estado de São Paulo em 97 contra 6.760 em 96.
Em cinco Estados, o ministério não teve, em 97, casos notificados: Acre, Amazonas, Amapá, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A disseminação da doença, transmitida ao homem pela picada de fêmeas do mosquito Aedes aegypti contaminadas com o vírus da dengue, apresentou tendências diferentes nas regiões brasileiras.
No Nordeste e Norte, o número de doentes, em 97, aumentou, respectivamente, 45% e 376% em relação ao ano anterior.
Nas demais regiões, a quantidade de pessoas que contraiu a moléstia diminuiu. No Sudeste, essa queda foi de 40%. No Sul, de 86%, e no Centro-Oeste, de 26%.
Segundo a assessoria de imprensa da FNS (Fundação Nacional de Saúde), o quadro da dengue em 97 pode apresentar algumas incorreções, pois alguns Estados pararam de atualizar informações.
O presidente da FNS, Januário Montoni, e o diretor do Centro Nacional de Epidemiologia, Jarbas Barbosa, foram procurados para falar sobre o assunto, mas não foram encontrados.



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