PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A Secretaria da Saúde de Belo Horizonte confirmou 130 casos de dengue na cidade, além de outros 164 sob suspeita, somente nos oito primeiros dias de 1998, o que caracteriza epidemia da doença na capital mineira.
A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, está concentrada principalmente na região noroeste da cidade, com 76 casos confirmados. Os outros 54 casos estão distribuídos pelo restante da cidade.
Segundo o médico Eduardo Pessanha, do serviço de controle de zoonoses da secretaria, cerca de 300 pessoas estão empenhadas no combate aos focos da doença, aplicando veneno para combater as larvas do inseto e também o mosquito.
A situação mais grave atinge a favela da pedreira Prado Lopes e os bairros Alto Bom Jesus e São Cristóvão, ambos na região noroeste.
Nesses locais, foi verificado que 15% das residências têm a presença do mosquito.
Nas demais regiões da cidade, esse índice é de 5%.
No ano passado, a região mais atingida foi a oeste, com 1.300 casos, dos 1.814 registrados em Belo Horizonte no período de janeiro a novembro, segundo Pessanha.
Os poucos cuidados da população para evitar a proliferação do Aedes aegypti, segundo o médico, são determinantes para que os casos se espalhem rapidamente.
"De um modo geral, a população não cuida muito. Na época da epidemia, as pessoas se envolvem. Depois, esquecem", declarou Pessanha.
Equipes da prefeitura têm percorrido várias casas para orientar as pessoas sobre os riscos de deixar água parada em vasos de plantas e garrafas, por exemplo, ambientes propícios para a proliferação do inseto.
Estado
Em toda Minas Gerais, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, existem cerca de 200 casos confirmados da dengue, sendo o quadro mais grave em Belo Horizonte.
A secretaria deverá divulgar hoje um novo balanço da situação da dengue em Minas.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice