São Paulo, Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000


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EDUCAÇÃO
São Paulo desiste de construir 28 escolas de educação infantil e 14 creches previstas para o ano passado
Prefeitura retira escolas do Orçamento

ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local

A Prefeitura de São Paulo retirou do Orçamento deste ano 28 Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) que deveriam ter sido construídas em 1999. O número representa 7% do total de Emeis da cidade (389). Essas escolas corresponderiam a 18.600 vagas para crianças de 4 a 6 anos, considerando que cada Emei atenda a uma média de 600 alunos, de acordo com o Sindicato dos Profissionais de Educação do Ensino Municipal. Das 26 Emeis previstas para 2000, apenas três são projetos novos. Treze (56,5%) estão encalhados na pauta orçamentária desde o início da gestão do prefeito Celso Pitta, em 97. O balanço dos investimentos em educação infantil no ano de 99 também aponta obras paradas. Mais da metade das 59 Emeis citadas no SEO (Sistema de Execução Orçamentária) no ano passado já havia sido planejada há pelo menos dois anos e até dezembro último ainda não tinha conseguido verba. Dessas 59 unidades, apenas cinco foram entregues. A Secretaria da Educação do município diz que muitas obras atrasaram ou deixaram o orçamento pela inviabilidade da construção nas regiões previstas, mas que a demanda está suprida (veja reportagem ao lado). No entanto, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente registrou, só no bairro de Itaquera (zona leste), 30 casos de falta de vagas em Emeis no ano passado. O mais recente estudo disponível sobre sobre a rede municipal de ensino também aponta déficit de vagas. Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Administração da USP (Universidade de São Paulo), no ano de 97 cerca de 200 mil crianças de 4 a 6 anos estavam fora da escola. Dessas, 44,1% não frequentavam escolas por falta de vagas nas Emeis.

Creches
O Orçamento de 2000 da prefeitura também excluiu creches.
Para este ano, foram retirados 14 projetos dos 46 citados no SEO do ano passado e acrescentadas seis novas obras.
Das 37 unidades previstas, há 21 creches (84% do total) que não receberam nenhuma verba até hoje. Vinte e cinco já haviam entrado na pauta orçamentária nos anos de 97 e 98.
De acordo com o SEO, do total de creches previstas no ano passado apenas uma foi concluída, outras 41 não saíram do papel e quatro estariam em construção.
A Secretaria Municipal da Família e Bem Estar Social, responsável pelas creches públicas, diz que os projetos foram excluídos por não apresentar condições para a abertura imediata de licitação (leia texto ao lado).


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