São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

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SP restaura antiga sede do governo

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado vai restaurar, neste ano, o palácio Campos Elíseos, no bairro homônimo, na região central de São Paulo. Orçado em R$ 8 milhões, o projeto será financiado pela Lei Rouanet, que inclui abatimento de impostos para os patrocinadores.
O palacete já foi a moradia mais rica da cidade no século 19, além de residência oficial do governador até 1965. Concluído o restauro, o espaço poderá virar museu da história política paulista.
O prédio, na avenida Rio Branco, já hospedou Dwight Eisenhower (1890-1969), presidente dos EUA entre 1953 e 1961, e o papa Pio 12 (1876-1958), na época cardeal Eugênio Pacelli.
Hoje, abriga a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo. Quando assumiu a pasta, em junho de 2001, Ruy Martins Altenfelder Silva encontrou o prédio deteriorado. "Estava infestado de cupins. As águas pluviais se misturavam às do esgoto", diz. No dia 1º, ele passou o cargo a João Carlos de Souza Meirelles.
A guerra contra os cupins foi vencida após o trabalho de técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). "A partir daí, começamos a verificar que o palácio precisava de uma grande reforma", afirma Altenfelder.

Pesquisa
A trajetória do edifício exigiu uma pesquisa acurada. O palácio conta as histórias de um dos homens mais ricos da cidade (Elias Chaves), da formação do bairro Campos Elíseos e de parte significativa da política paulista.
Mesmo tendo passado por incêndio e revoluções, o prédio ainda mantém as características originais. Segundo o professor Nestor Goulart Reis Filho, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), o fato de o palacete ter servido de residência a governadores ajudou na conservação.
"Em compensação, a permanência do governo no local levou à substituição dos gradis que circulavam o palácio por muros altos, que dão um aspecto de presídio à construção, além de ocultar da população a beleza desse edifício", afirma Reis Filho, autor da pesquisa histórica que serviu de base ao projeto de restauro. De acordo com Ruy Altenfelder, os muros poderão ser derrubados.



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