DO ""AGORA"

Foram necessários quase dois anos de investigações, a infiltração de policiais entre moradores de três favelas da zona sul da capital e o interrogatório de 50 pessoas para que a Polícia Civil de São Paulo anunciasse o esclarecimento do assassinato do rapper e ator de cinema Mauro Mateus dos Santos, 29, o Sabotage.
A morte do cantor ocorreu no dia 24 de janeiro de 2003, na avenida Professor Abraão de Moraes, pouco depois de ele ter deixado sua mulher, Maria Dalva da Rocha Viana, 30, no trabalho.
De acordo com o delegado Alvin Spinola de Castro, Sabotage foi morto com quatro tiros na cabeça por Sirlei Menezes da Silva, 37, o Derlei, traficante que controlava a venda de drogas na favela da Paz, em Interlagos (zona sul). "Após começar a cantar, ele se distanciou do crime, mas muita gente não esqueceu o que ele havia feito", afirmou.
Derlei foi preso em 14 de dezembro em Suzano (Grande SP). Ainda na versão da polícia, ele confessou que matou Sabotage ao lado de Demilson Alves, assassinado a tiros dez dias após o crime contra o rapper, que lançou o disco "Rap É Compromisso" e participou dos filmes "O Invasor" e "Carandiru".
Em interrogatório, Derlei -que não pôde falar com a imprensa- teria dito que Sabotage foi morto porque, ao se mudar para a favela Paz, começou a vender drogas e passou a concorrer com sua quadrilha. Nas contas da polícia, sete homicídios ocorreram nessa suposta guerra.


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