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SOB NOVA DIREÇÃO
Caso o número seja confirmado, a gestão Marta pode ter descumprido Lei de Responsabilidade Fiscal
Serra estima dívida de Marta em R$ 1,6 bi
CONRADO CORSALETTE
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
A equipe do prefeito de São
Paulo, José Serra (PSDB), estima
que as dívidas de curto prazo deixadas pela gestão da ex-prefeita
Marta Suplicy (PT) podem chegar
a até R$ 1,6 bilhão.
A informação foi dada ontem
pelo secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, que se comprometeu a cumprir os compromissos dentro da programação financeira do município.
Caso o número se confirme, a
ex-prefeita corre o risco de ter
descumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que proíbe
os governantes de deixarem dívidas para seu sucessor no cargo
sem que deixe, também, dinheiro
para pagá-las.
A ex-prefeita sustenta ter deixado dinheiro suficiente para Serra
honrar todas as pendências com
fornecedores e ter cumprido a
LRF (leia texto nesta página).
Estimativa
A estimativa da administração
tucana leva em conta R$ 652 milhões em despesas que foram reconhecidas pela administração
Marta (liquidadas), mas que não
tiveram seu pagamento feito até
31 de dezembro.
O cálculo da equipe de Serra
considera também R$ 428 milhões em despesas para as quais
houve reserva orçamentária (empenho) sem que tenha havido reconhecimento formal da despesa.
Inclui, por fim, R$ 593 milhões
de empenhos cancelados por
Marta no dia 28 de dezembro do
ano passado. A equipe de Marta
Suplicy diz não ter conhecimento
de que algum dos empenhos cancelados se refira a despesas efetivamente realizadas.
Os tucanos, no entanto, afirmam que existem obras e serviços
prestados na gestão anterior sem
que tenha havido reconhecimento da prefeitura.
Os sindicatos de construtoras
que prestam serviço para a administração municipal também sustentam que houve cancelamento
indevido de empenhos. Alguns
deles já preparam, inclusive,
ações na justiça para questionar a
prefeitura.
Lei
O secretário de Negócios Jurídicos, Luiz Antonio Guimarães
Marrey, afirmou ontem que, caso
as irregularidades sejam confirmadas, a antecessora de Serra poderá ter ferido outro item da LRF.
Entre as punições aos governantes previstas na Lei de Crimes
Fiscais estão a perda dos direitos
políticos e até a reclusão.
O exercício financeiro do ano
passado será analisado a partir do
mês de maio pelo Tribunal de
Contas do Município (TCM), que
aprovou as contas dos três primeiros anos de gestão de Marta.
Essas contas também foram
aprovadas pela Câmara Municipal, depois de um acordo entre PT
e PSDB para a aprovação de uma
margem de remanejamento orçamentário de 15% para a administração de Serra.
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