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SAÚDE
Anvisa aponta falhas na fabricação do produto, que chega a 4 milhões de unidades por mês; consumidora alertou problema em 2003
Governo proíbe a venda do esmalte Impala
FABIANE LEITE
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após dois anos de reclamações
de uma consumidora, o governo
federal decidiu interditar toda a linha de esmaltes da marca Impala,
fabricados pelo laboratório Avamiller de Cosméticos, de Guarulhos, Grande São Paulo. Os produtos estão suspensos para fabricação, distribuição, venda e uso
em todo o território nacional, segundo informou a assessoria de
imprensa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A empresa, que disse ter estranhado a decisão, faz esmaltes de
apelo jovem, como os das linha
Xuxa e Angélica, e tem também
como destaque a linha hipoalergênica, entre outras. Cerca de 4
milhões de unidades são fabricadas por mês.
Ontem a Anvisa informou apenas que a interdição ocorreu em
razão de problemas na fabricação.
Em agosto de 2005, a Vigilância
Sanitária do Estado de São Paulo
divulgou um laudo da Fiocruz sobre um dos lotes do Xuxa by Impala Glitter, 779 Top Prata, que
apontava que o produto tinha pH
próximo do limite que classifica
uma substância como corrosiva.
A linha Xuxa by Impala Glitter foi
interditada em todo o país.
A empresa, à época, contestou a
metodologia da análise.
A decisão da agência ocorreu
após inspeção realizada em dezembro de 2005 na fábrica. Segundo a Anvisa, a verificação
ocorreu em razão dos problemas
detectados por São Paulo e pelo
fato de a empresa ter produtos em
todo o país.
"Na verdade, tudo foi empurrado por mim. Vigilância do Estado
de São Paulo, Fiocruz. A Anvisa,
então, nem se fala", contesta a
produtora cultural Luiza Rotbart,
53, que afirma ter procurado o laboratório e as vigilâncias de SP e
de Guarulhos em dezembro de
2003, após ter problemas alérgicos com o produto da linha Xuxa.
Em maio de 2004, foi a vez da Anvisa. Mas nada ocorreu. Ela afirma ter visitado a sede da agência
em novembro do ano passado para cobrar medidas a respeito do
restante das linhas de esmaltes.
Em dezembro, foi informada da
inspeção pela ouvidoria da agência. "Eles precisam de uma rede
de informação".
A produtora relata ter sofrido
inicialmente inchaço das cutículas até que as reações atingiram as
mãos, rosto, ouvidos e olhos.
A Anvisa informou que só soube do caso em julho de 2004,
quando as reclamações de Luiza
foram transmitidas pela ouvidoria. O órgão disse ter alertado a
Vigilância Estadual e, seguindo as
regras de descentralização, aguardado as providências de São Paulo, até decidir fazer a vistoria.
A vigilância de SP informou que
a vistoria foi uma ação conjunta
com a Anvisa.
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