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ESTRADAS
Sistema semelhante ao das marginais da Castello Branco será previsto em edital de novas concessões de rodovias de SP
Pedágio terá desconto para usuário habitual
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo vai embutir no próximo edital de concessão das estradas à iniciativa
privada a previsão de desconto
progressivo na tarifa de pedágio.
O sistema deve ser semelhante
ao implantado nas marginais da
Castello Branco há mais de três
anos -pelo qual os usuários habituais da rodovia pagam menos.
Na Castello, os descontos chegam a 50,2% do preço integral para quem passa pela praça de pedágio 40 vezes ou mais por mês.
A informação foi confirmada à
Folha por Ulisses Carraro, diretor-geral da Artesp (agência que
regula as concessões no Estado).
O edital para repassar à iniciativa
privada as rodovias Ayrton Senna, Carvalho Pinto, Dom Pedro 1º
e Tamoios sairá neste semestre
-a promessa inicial era até 2005.
A previsão da gestão Geraldo
Alckmin (PSDB) de adotar os
descontos progressivos consta do
plano de metas da Artesp inclusive para as estradas sob concessão
desde a década passada, incluindo os sistemas Anchieta-Imigrantes e Anhangüera-Bandeirantes.
Mas, segundo Carraro, isso não
deve ser concluído em 2006 porque depende de negociação com
as empresas. Para as rodovias que
ainda serão concedidas, basta incluir a exigência nos editais.
Na campanha de 2002, Alckmin
prometeu desativar algumas praças de cobrança de pista simples,
mas só retirou uma até hoje.
A concessão de mais estradas
faz parte do corredor de exportações planejado pelo Estado para o
porto de São Sebastião. Após a
concessão, a Tamoios terá uma
pista adicional, mas também receberá pedágio. Na Dom Pedro 1º,
de Campinas a Jacareí, no Vale do
Paraíba, o pedágio deve subir.
O desconto progressivo é uma
forma de amenizar as críticas ao
modelo num ano de eleições,
quando Alckmin pretende se candidatar pelo PSDB à Presidência.
Pesquisa da Artesp de 2005 com
usuários dos 3.500 km de estradas
gerenciadas pela iniciativa privada aponta que 95% estavam satisfeitos com os serviços, mas 77%
consideravam os preços dos pedágios altos ou muito altos.
O Estado também tenta rebater
as críticas aos pedágios com base
num balanço feito em 2005. Vai
argumentar que, a cada R$ 1 pago
pelos motoristas, R$ 1,84 é revertido para a sociedade em forma,
por exemplo, de redução de acidentes de trânsito ou dos custos
de manutenção dos veículos.
O sistema
Nas marginais da Castello, ganha desconto o motorista que
passar no mínimo dez vezes por
mês pelos pedágios. O desconto
começa em 2%, sobe para 4% para quem passa 11 vezes e assim por
diante e chega ao máximo de
50,2%. A tarifa integral no local é
de R$ 5,40 -podendo baixar para R$ 2,69 com os descontos, hoje
subsidiados pelo Estado.
O desconto progressivo deve ser
seguido pela facilitação da cobrança eletrônica, conhecida como Sem Parar, por meio da qual
os motoristas instalam um tag
(etiqueta eletrônica afixada no
pára-brisa do veículo) e pagam
uma fatura mensal. Hoje há resistência ao sistema pelo preço da taxa de adesão -R$ 48,50, válida
por cinco anos- e de manutenção -R$ 8,65 por mês aos carros.
A gestão Alckmin já prometeu
embutir na concessão os serviços
de fornecimento dos tags e manutenção de graça ou com desconto.
Os próximos contratos terão
uma previsão de reajuste anual
das tarifas com base no IPCA, e
não no IGP-M, válido para os
atuais e que resultou em altas
muito superiores aos demais índices de inflação no país.
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