São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2008

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Mulher é internada em São Paulo com febre amarela

Paciente pode ter sido infectada em área silvestre de MS; é o 1º caso confirmado no Estado desde 2000 e o 2º neste ano no país

Secretaria Municipal de Saúde diz que não há risco de transmissão na cidade e que apenas quem vai viajar para áreas de risco deve se vacinar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde confirmou ontem o primeiro caso de febre amarela silvestre no Estado de São Paulo neste ano -o segundo no país. A vítima é uma mulher de 42 anos que mora na zona sul da capital e, provavelmente, infectou-se durante viagem de ecoturismo a Mato Grosso do Sul. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde.
A paciente está internada na unidade Morumbi do Hospital São Luiz (zona oeste) e passa bem. Ela não é vacinada contra a doença. A pedido da família, seu nome não foi divulgado.
A primeira vítima havia sido confirmada anteontem. O servidor público Graco Carvalho Abubakir, 38, morador do Lago Norte, área nobre de Brasília, morreu na terça. Teria sido infectado em Pirenópolis (GO).
Ontem, a Secretaria de Saúde de Goiás confirmou o que seria a terceira vítima. Disse que divulgaria dados, o que não ocorreu até a conclusão desta edição. O ministério não confirmou nem descartou a informação.
A mulher internada em São Paulo havia viajado para o interior de Mato Grosso do Sul em 27 de dezembro -esteve em Bonito e Dourados. Voltou à capital paulista em 4 de janeiro, com febre, náuseas, vômitos e mal-estar. Foi internada no São Luiz dois dias depois.
No hospital, passou por diversos exames, que afastaram a possibilidade de outras doenças. A confirmação de que era febre amarela só veio ontem.
Mesmo antes da confirmação, a Secretaria Municipal de Saúde enviou agentes para a região onde a paciente mora, na zona sul. Num raio de 600 metros da casa dela, foram procurados o Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença na cidade, e suas larvas. Num raio de 200 metros, foram buscadas pessoas com sintomas de febre amarela. Nada foi encontrado.
"As pessoas podem ficar tranqüilas. Não há risco de transmissão da febre amarela em São Paulo", afirmou a coordenadora de Vigilância em Saúde de São Paulo, Inês Soares Romano.
Segundo ela, as pessoas não precisam se vacinar, a não ser que pretendam viajar para regiões do país onde há a doença.
A Folha apurou que os parentes da mulher estão assustados porque foram discriminados no prédio onde moram. Os vizinhos souberam do caso por meio de técnicos da prefeitura que dedetizaram a área.

Notificações
O ministério recebeu 15 notificações de febre amarela desde dezembro. Além dos dois casos já confirmados, dez permanecem em investigação e três foram descartados (veja quadro).
De 2003 até hoje, o país não registrou mais de seis casos por ano. Em 2007, foram seis confirmados, com cinco mortes.
Os últimos registros no Estado de São Paulo foram em 2000, quando duas pessoas contraíram a doença e morreram. No mesmo ano, o Brasil registrou 83 casos e 38 mortes. (ANGELA PINHO, JOHANNA NUBLAT, CLÁUDIA COLLUCCI e RICARDO WESTIN)

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