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Mulher é internada em São Paulo com febre amarela
Paciente pode ter sido infectada em área silvestre de MS; é o 1º caso confirmado no Estado desde 2000 e o 2º neste ano no país
Secretaria Municipal de Saúde diz que não há risco de transmissão na cidade e que apenas quem vai viajar para áreas de risco deve se vacinar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Saúde confirmou ontem o primeiro caso
de febre amarela silvestre no
Estado de São Paulo neste ano
-o segundo no país. A vítima é
uma mulher de 42 anos que
mora na zona sul da capital e,
provavelmente, infectou-se durante viagem de ecoturismo a
Mato Grosso do Sul. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde.
A paciente está internada na
unidade Morumbi do Hospital
São Luiz (zona oeste) e passa
bem. Ela não é vacinada contra
a doença. A pedido da família,
seu nome não foi divulgado.
A primeira vítima havia sido
confirmada anteontem. O servidor público Graco Carvalho
Abubakir, 38, morador do Lago
Norte, área nobre de Brasília,
morreu na terça. Teria sido infectado em Pirenópolis (GO).
Ontem, a Secretaria de Saúde
de Goiás confirmou o que seria
a terceira vítima. Disse que divulgaria dados, o que não ocorreu até a conclusão desta edição.
O ministério não confirmou
nem descartou a informação.
A mulher internada em São
Paulo havia viajado para o interior de Mato Grosso do Sul em
27 de dezembro -esteve em
Bonito e Dourados. Voltou à capital paulista em 4 de janeiro,
com febre, náuseas, vômitos e
mal-estar. Foi internada no São
Luiz dois dias depois.
No hospital, passou por diversos exames, que afastaram a
possibilidade de outras doenças. A confirmação de que era
febre amarela só veio ontem.
Mesmo antes da confirmação, a Secretaria Municipal de
Saúde enviou agentes para a região onde a paciente mora, na
zona sul. Num raio de 600 metros da casa dela, foram procurados o Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença na
cidade, e suas larvas. Num raio
de 200 metros, foram buscadas
pessoas com sintomas de febre
amarela. Nada foi encontrado.
"As pessoas podem ficar
tranqüilas. Não há risco de
transmissão da febre amarela
em São Paulo", afirmou a coordenadora de Vigilância em
Saúde de São Paulo, Inês Soares Romano.
Segundo ela, as pessoas não
precisam se vacinar, a não ser
que pretendam viajar para regiões do país onde há a doença.
A Folha apurou que os parentes da mulher estão assustados porque foram discriminados no prédio onde moram.
Os vizinhos souberam do caso
por meio de técnicos da prefeitura que dedetizaram a área.
Notificações
O ministério recebeu 15 notificações de febre amarela desde
dezembro. Além dos dois casos
já confirmados, dez permanecem em investigação e três foram descartados (veja quadro).
De 2003 até hoje, o país não
registrou mais de seis casos por
ano. Em 2007, foram seis confirmados, com cinco mortes.
Os últimos registros no Estado de São Paulo foram em
2000, quando duas pessoas
contraíram a doença e morreram. No mesmo ano, o Brasil
registrou 83 casos e 38 mortes.
(ANGELA PINHO, JOHANNA NUBLAT, CLÁUDIA COLLUCCI e RICARDO WESTIN)
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