São Paulo, terça-feira, 12 de janeiro de 2010

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LUIZA CÂNDIDO DA SILVA (1948-2010)

A saga final de uma costureira desaparecida de Quixadá

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na terça-feira passada, uma ambulância do Samu atendeu a um chamado na rua Peri Ronchetti, zona norte de SP. Ao chegar ao local, já era tarde demais. Numa lojinha de produtos a R$ 1,99, Luiza Cândido da Silva, 61, infartara.
Costureira, ela vivia sozinha num quartinho de um cortiço no Jardim Peri. No local onde morreu, foi reconhecida por uma funcionária de uma gráfica que passava pela rua, Maria das Graças Dias.
Só que Maria -que se propôs a avisar a família daquela senhora sobre o ocorrido- só a conhecia de vista. Com o passar dos dias, acabaria envolvendo dezenas de pessoas para evitar que Luiza fosse enterrada como indigente.
Nascida em Quixadá, no Ceará, a costureira veio para SP nos anos 80. No começo, morou com uma irmã, até se mudar para a Lapa, onde abriu uma oficina de costura.
De gênio difícil e orgulhosa, como diz a irmã Zilmar, Luiza um dia decidiu desaparecer e assim o fez. Aos parentes não dava notícias havia 20 anos.
Para chegar até sua família, Maria percorreu um árduo caminho, pois Luiza anotara poucos contatos, como o de Vanira, uma jornalista que a contratara como doméstica.
Envolvida pela questão, a jornalista ligou para uma rádio cearense e explicou tudo.
Na sexta, pela emissora Monólitos de Quixadá, a notícia chegou ao distrito de Juatama, e a família enfim soube do fato, avisando Zilmar, que mora em Carapicuíba (SP).
Luiza foi enterrada anteontem no cemitério Dom Bosco, na presença de cinco pessoas.

coluna.obituario@uol.com.br


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