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LUIZA CÂNDIDO DA SILVA (1948-2010)
A saga final de uma costureira desaparecida de Quixadá
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na terça-feira passada, uma
ambulância do Samu atendeu
a um chamado na rua Peri
Ronchetti, zona norte de SP.
Ao chegar ao local, já era tarde
demais. Numa lojinha de produtos a R$ 1,99, Luiza Cândido da Silva, 61, infartara.
Costureira, ela vivia sozinha num quartinho de um
cortiço no Jardim Peri. No local onde morreu, foi reconhecida por uma funcionária de
uma gráfica que passava pela rua, Maria das Graças Dias.
Só que Maria -que se propôs a avisar a família daquela
senhora sobre o ocorrido- só
a conhecia de vista. Com o
passar dos dias, acabaria envolvendo dezenas de pessoas
para evitar que Luiza fosse enterrada como indigente.
Nascida em Quixadá, no
Ceará, a costureira veio para
SP nos anos 80. No começo,
morou com uma irmã, até se
mudar para a Lapa, onde abriu uma oficina de costura.
De gênio difícil e orgulhosa,
como diz a irmã Zilmar, Luiza
um dia decidiu desaparecer e
assim o fez. Aos parentes não dava notícias havia 20 anos.
Para chegar até sua família,
Maria percorreu um árduo
caminho, pois Luiza anotara
poucos contatos, como o de
Vanira, uma jornalista que a contratara como doméstica.
Envolvida pela questão, a
jornalista ligou para uma rádio cearense e explicou tudo.
Na sexta, pela emissora Monólitos de Quixadá, a notícia
chegou ao distrito de Juatama, e a família enfim soube do
fato, avisando Zilmar, que mora em Carapicuíba (SP).
Luiza foi enterrada anteontem no cemitério Dom Bosco, na presença de cinco pessoas.
coluna.obituario@uol.com.br
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