São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

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Falta de ar pode ter matado menina achada em carro

Ambiente abafado no veículo é uma das explicações para possível parada cardíaca, segundo IML de Caraguá

Hipótese é que garota de três anos tenha ficado presa por acidente; não existe sinal de agressão, segundo a necropsia


FELIPE LUCHETE
ENVIADO ESPECIAL A CARAGUATATUBA

O IML (Instituto Médico Legal) de Caraguatatuba disse ontem que a menina encontrada inconsciente no carro dos pais no domingo tinha sinais de asfixia. Aos 3 anos, ela morreu logo depois.
Para o IML, o ambiente abafado impediu sua respiração, o que pode ter causado uma parada cardíaca. Não havia sinais de agressão.
Uma das hipóteses da investigação é que a garota tenha ficado presa dentro do carro acidentalmente.
O auxiliar de necropsia Salmo Mateus Rodrigues, que examinou o corpo, disse que há "99% de chance" de que a asfixia tenha sido a causa da morte da criança.
O IML da cidade do litoral paulista só vai oficializar o laudo após descartar outras possibilidades. O resultado do exame toxicológico na menina deve sair em 30 dias.
Luiza Santos Romualdo, 3, foi encontrada pelos pais no carro deles. O veículo estava estacionado em local descoberto na casa da família.
O auxiliar de necropsia afirmou que o coração e a boca da menina estavam roxos, e o rosto tinha queimaduras.
Os pais de Luiza e as testemunhas deverão depor ainda nesta semana, disse o delegado-assistente da Polícia Civil Orley Siqueira. A Folha procurou a família, mas ninguém quis dar entrevista.
O pai de Luiza, Flávio Romualdo, 35, é projetista de uma empresa terceirizada da Petrobras, segundo a polícia. A mãe, Joyce de Oliveira Romualdo, 36, é dona de casa.
Ainda segundo a polícia, Luiza passou a noite de sábado em casa, com a avó, enquanto os pais foram a um show na vizinha Ubatuba.
Apenas a avó da menina, Jacira Leonor de Oliveira, 59, foi ouvida até agora. Ela disse à polícia que às 6h15 de domingo deu mamadeira para Luiza e um menino -não se sabe se ele é irmão da garota.
Em seguida, saiu para pescar. O delegado disse que a avó, que mora em São José dos Campos, declarou que tem esse costume e afirmou ter retornado por volta das 11h para fazer o almoço.
Os pais da menina, que chegaram do show às 5h, acordaram ao meio-dia. Só então a família notou o sumiço de Luiza, segundo a polícia. Atraídos pelo pisca-alerta do carro, encontraram-na dentro do Kia Carnival preto.
O bombeiro Rafael de Mello Pereira, vizinho da família, disse que ouviu gritos de socorro por volta das 14h. Encontrou o pai com a garota no colo, no banco traseiro do carro, e retirou a criança, inconsciente, pelo porta-malas aberto. Ele prestou os primeiros socorros, sem sucesso. O resgate chegou logo depois.


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