|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Eles dizem que é importante saber quem arca com os custos da vaga aberta e pedem mais discussão
Dirigentes questionam gratuidade
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dirigentes de associações que
representam as universidades privadas e filantrópicas dizem apoiar
propostas que abram caminho
para a inclusão social no ensino
superior, mas avaliam que a proposta do ministro Tarso Genro de
abrir vagas públicas nas instituições particulares necessita de
mais estudos.
Para o presidente do Crub
(Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras), Paulo Alcântara Gomes, nenhuma vaga
aberta é gratuita. "Ou o governo
ou a mensalidade financiam as
vagas daquele momento. O que
estamos discutindo é como fazer
esse financiamento."
Segundo Gomes, a proposta de
"estatização" ajuda a resolver o
problema de evasão das instituições. "As propostas estão sendo
analisadas, mas temos convergência com o MEC."
Já o terceiro-vice-presidente da
Abmes (Associação Brasileira de
Mantenedoras de Educação Superior), Antonio Carbonari Netto, disse que o problema não é
abrir vagas, mas ter o custo e saber quem pagará.
Na opinião de Aldo Vannuchi,
presidente da Abruc (Associação
Brasileira das Universidades Comunitárias), é preciso, primeiramente, o MEC distinguir as universidades privadas das filantrópicas. A diferença fundamental,
diz ele, é o fato das comunitárias
não visarem lucro e de reinvestirem o dinheiro recebido das mensalidades na própria instituição.
Vannuchi diz que a maioria das
filantrópicas cumpre a lei no sentido de prestar serviço à comunidade. "É um erro fazer conta apenas das bolsas de estudo. Todas as
instituições prestam serviços à comunidade", afirma. Ele cita o
exemplo do centro de reabilitação
dos distúrbios da comunicação
da PUC de São Paulo, que atende
a população gratuitamente.
"Vamos ter que recomeçar a catequese", diz Vannuchi, referindo-se à necessidade de explicar ao
MEC as atividades das filantrópicas, o que já havia sido feito na
gestão de Cristovam Buarque.
Para Edson Franco, presidente
da Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior, a
melhor forma de inclusão social
nas universidades privadas seria o
MEC aumentar o acesso ao financiamento estudantil. "É preciso
mudar regras. A exigência de fiador [pela Caixa Econômica Federal] para alunos carentes é um
contra-senso", afirma.
Franco avalia que não há outra
maneira de as universidades privadas arcarem com os custos dos
alunos senão por meio de uma
parceria com o governo federal.
Texto Anterior: Secretário do MEC idealizou a proposta Próximo Texto: Liminar dispensa fiador para obter crédito educativo Índice
|