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Advogado de PMs admite farsa
DO "AGORA"
O cabo da PM Ricardo Arce Rivera, 27, um dos cinco policiais
presos pelo assassinato do dentista Flávio Ferreira Sant'Ana, 28, no
dia 3, assumiu ontem que colocou
uma arma "fria" junto à vítima
para simular uma resistência à
prisão. A revelação foi feita ao advogado Marcos Ribeiro de Freitas, que, além de Rivera, defende o
tenente Carlos Alberto de Souza
Santos, 34, e os soldados Deives
Júnior Lourenço, 24, Luciano José
Dias, 24, e Ivanildo Soares da
Cruz, 35.
Rivera, segundo o advogado,
disse que a arma fria, um revólver
Magnum 357 niquelado, tinha a
numeração raspada e foi comprado no mercado clandestino "porque estava bem baratinha".
Apesar disso, Freitas disse que o
fato de o cabo portar uma arma
irregular no carro da corporação
não indica que ele pudesse ter
premeditado a morte de Flávio ou
qualquer outro crime.
Ontem, numa conversa do advogado com os cinco policiais detidos no presídio Romão Gomes,
que durou mais de duas horas, o
soldado Luciano José Dias assumiu que os tiros que atingiram o
peito de Flávio saíram de sua arma. Rivera, segundo Freitas, só
atirou para o alto, e o tenente Santos, para o chão.
Hoje, em depoimento formal à
Polícia Civil, os cinco PMs assumirão, ainda segundo o defensor,
toda a farsa que montaram em
torno do assassinato de Flávio,
que era negro e foi confundido
com um ladrão. A família acredita
em racismo.
"O que eles armaram será assumido, mas isso não pesa muito.
Vale mais lutar pelo homicídio,
que é o que pode dar uma pena
maior para meus clientes", afirmou Freitas, que diz querer deixar claro qual a participação de
cada PM na ação. "Os soldados
Cruz e Lourenço, por exemplo,
não participaram de nada, só ajudaram a armar a farsa."
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