São Paulo, quinta-feira, 12 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Proposta não convence deputados

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta do governo de liberação de verbas para as áreas atingidas por enchentes não convenceu a bancada nordestina.
Um grupo de deputados e senadores de Pernambuco pressionou ontem o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, na reunião destinada a explicar as ações do governo federal sobre enchentes.
Em seu gabinete, Ciro fez uma exposição "longa e detalhada", de acordo com relato dos parlamentares, das ações que o governo pretende implementar, mas não prometeu a liberação de verba. Recusou-se a falar em valores.
"Ele falou que, se dissesse o montante, poderia até ser bom para determinada circunstância, mas não iria atender às necessidade da região", afirmou o vice-presidente da Câmara, Inocêncio de Oliveira (PMDB-PE).
Com um discurso tenso, o ministro falou de suas limitações nas negociações dentro do governo, argumentando que a oferta de recursos depende de uma decisão conjunta do grupo ministerial criado pelo Planalto e disse que não havia definição sobre a edição de uma medida provisória para utilizar reservas de contingência do Orçamento para este ano.
Os parlamentares reclamaram que as medidas anunciadas pelo governo até agora não são aplicáveis ao Nordeste.
Eles também criticaram outra idéia aventada pelo governo, que pretende liberar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para as vítimas de enchentes -que, na verdade, já foi descartada por ser quase impraticável.
"No Nordeste ninguém tem FGTS. Essa medida só faz sentido se for uma cheia do mar, porque na beira-mar moram os ricos", disse o senador paraibano Ney Suassuna (PMDB).


Texto Anterior: Enchentes: Lula quer priorizar emendas para reconstrução de casas
Próximo Texto: Lista de isenção gera protestos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.