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MAUS-TRATOS
Manifestantes criticam veto a projeto que proíbe uso de bichos achados nas ruas em pesquisa
Defensores de animais protestam
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrantes de movimentos de
defesa dos animais protestaram
ontem contra o veto da prefeita de
São Paulo, Marta Suplicy (PT), ao
projeto de lei que proíbe o uso em
pesquisas científicas de cães e gatos capturados nas ruas. Segundo
a organização, cerca de mil pessoas participaram do ato.
Após o manifesto, a Secretaria
Municipal da Saúde anunciou
que, por enquanto, não encaminhará os animais para entidades
de pesquisa. Será criada uma "oficina de trabalho", com integrantes da pasta, das entidades e universidades. A previsão é terminar
a avaliação dentro de um mês,
disse Celso Ribeiro, chefe de gabinete da secretaria.
Segundo ele, a oficina é para
uma discussão "mais objetiva e
menos apaixonada". A secretaria
recomendou o veto à prefeita,
afirma, para que fosse realizado o
debate. "A lei acabava com a discussão." Ribeiro destacou que ele
próprio é dono de uma yorkshire.
Dos 1.800 animais recolhidos
nas ruas por mês, 1.500 são sacrificados com injeção letal, cem, adotados e 200, resgatados.
Segundo a prefeitura, a destinação de animais às universidades
foi interrompida em 2000 com a
extinção da Comissão de Fiscalização de Pesquisa Animal (Cofipa), que deliberava sobre credenciamento de entidades, critérios
de aprovação de projetos de pesquisa e suspensão de experiências
que descumpriam normas.
Para que a prefeitura volte a encaminhar animais, procuradores
do município sugeriram a recomposição da comissão, que foi
abandonada pelas entidades de
defesa dos animais.
Vestidos de preto, os manifestantes de ontem distribuíam panfletos com o rosto de Marta sobre
o de Cruela Cruel, personagem de
"101 Dálmatas" que perseguia
cães para ficar com suas peles.
Segundo o coordenador do curso de microcirurgia da Unifesp,
Ivan Koh, no entanto, não há como fazer pesquisa científica atualmente sem o uso de animais.
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