São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

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Desalojados procuram até ajuda psicológica

DA REPORTAGEM LOCAL

Há um mês, Adriana Azevedo chegou ao hotel com roupa para três dias. Acreditava que logo voltaria para casa. Agora, não quer mais morar no prédio na rua Gilberto Sabino. Mas não sabe para onde ir ou quando será indenizada.
"Faz 30 dias que não temos nada oficial do consórcio. Estamos numa situação de aguardo. Ansiosos por uma resposta para direcionar o futuro", diz seu marido, Alex Azevedo.
A família tenta manter a rotina. Aos 12, o filho, Vítor, foi quem mais estranhou. Antes ele dormia no seu próprio quarto, com a luz apagada. Agora, no hotel, prefere o quarto dos pais e a luz acesa. Para saber a dimensão do choque sobre o adolescente, procuraram um psicólogo.
Quando Daniela Amancio, 27, foi buscar seus pertences, encontrou a casa infestada de baratas. "Tinha uma viva até na geladeira. Eu não sei como ela entrou."
Inquilina, já começou a procurar moradia, mas reclama por não ter chegado a acordo sobre a indenização por danos morais. "Quero sair do hotel o mais rápido possível. Você não tem privacidade", diz ela, que pretende ir a um psiquiatra. "Preciso de calmantes, estou mais estressada do que era."
Simone Rocha morava com mais cinco parentes. Depois do acidente, cada um foi para um lado e ela vive em um hotel. "A gente fica sem perspectiva. Pelo que estou vendo vai demorar. O que pega mais é o emocional, porque a família está separada", diz. A avó de 80 anos é quem mais sente a mudança.


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