São Paulo, quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

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Helipontos perigosos e irregulares foram autorizados a operar

Anac abriu investigação para descobrir como foram dadas as permissões; em São Paulo, há cerca de 40 com problemas

Entre as irregularidades estão falta de licença da prefeitura e conflito entre rampas de aproximação, que podem levar a acidentes

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA

Helipontos instalados na capital paulista receberam das autoridades aeronáuticas permissão para funcionar apesar de apresentarem irregularidades capazes de levar a risco de acidentes. A informação é do diretor de infraestrutura da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Alexandre Gomes de Barros. Segundo ele, a agência abriu investigação para apurar como isso aconteceu.
Desde 2008, a Anac vem realizando vistorias em helipontos da capital, onde está a maior frota de helicópteros do país e uma das maiores do mundo -são 514 no Estado, sendo que mais da metade estão na capital. No Brasil, são 1.208.
A iniciativa foi tomada após o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) verificar a ocorrência de irregularidades em mais de 80 helipontos e pedir à Anac uma solução.
De acordo com Barros, até o momento, cerca de cem dos 214 helipontos em funcionamento na cidade São Paulo foram fiscalizados: em 40% foi encontrado algum tipo de problema.
As irregularidades mais comuns, segundo o diretor, são falta de licença da prefeitura para funcionar e conflito entre as rampas de aproximação de um heliponto e de outro.
Essas rampas são linhas imaginárias, horizontais e descendentes que o piloto é obrigado a seguir da aproximação até o pouso do helicóptero.
Ao fazer o pedido de homologação de um heliponto, o proprietário define as rampas que quer usar. A Anac, criada em 2005, é responsável por analisar o pedido e ver se existem conflitos. Em caso positivo, o pedido é negado. Antes, isso era responsabilidade do DAC (Departamento de Aviação Civil, órgão ligado à Aeronáutica que antecedeu a Anac).

Autorizações irregulares
Entretanto, não foi isso o que aconteceu em parte dos helipontos da cidade, que estão funcionando apesar de suas rampas de aproximação cruzarem com outras. A avenida Paulista concentra boa parte dos helipontos irregulares. "Nós ainda estamos tentando investigar internamente para saber como é que essas aprovações foram feitas", diz Barros.
Ele não sabe informar quantas autorizações irregulares foram concedidas pela Anac.
Barros afirma que não foi encontrado nenhum caso de risco iminente. Ele aponta, porém, que o cruzamento entre rampas de aproximação pode levar a isso na medida em que o tráfego de helicópteros aumenta.
Na semana que vem, a Anac deve definir um prazo para que os proprietários dos helipontos corrijam os problemas apontados de maneira voluntária. Caso isso não seja feito, os helipontos irregulares podem ter a operação suspensa ou mesmo serem fechados.


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