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Helipontos perigosos e irregulares foram autorizados a operar
Anac abriu investigação para descobrir como foram dadas as permissões; em São Paulo, há cerca de 40 com problemas
Entre as irregularidades estão falta de licença da prefeitura e conflito entre rampas de aproximação, que podem levar a acidentes
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA
Helipontos instalados na capital paulista receberam das
autoridades aeronáuticas permissão para funcionar apesar
de apresentarem irregularidades capazes de levar a risco de
acidentes. A informação é do
diretor de infraestrutura da
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), Alexandre Gomes de Barros. Segundo ele, a
agência abriu investigação para
apurar como isso aconteceu.
Desde 2008, a Anac vem realizando vistorias em helipontos
da capital, onde está a maior
frota de helicópteros do país e
uma das maiores do mundo
-são 514 no Estado, sendo que
mais da metade estão na capital. No Brasil, são 1.208.
A iniciativa foi tomada após o
Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) verificar a ocorrência de irregularidades em mais de 80 helipontos e pedir à Anac uma solução.
De acordo com Barros, até o
momento, cerca de cem dos 214
helipontos em funcionamento
na cidade São Paulo foram fiscalizados: em 40% foi encontrado algum tipo de problema.
As irregularidades mais comuns, segundo o diretor, são
falta de licença da prefeitura
para funcionar e conflito entre
as rampas de aproximação de
um heliponto e de outro.
Essas rampas são linhas imaginárias, horizontais e descendentes que o piloto é obrigado a
seguir da aproximação até o
pouso do helicóptero.
Ao fazer o pedido de homologação de um heliponto, o proprietário define as rampas que
quer usar. A Anac, criada em
2005, é responsável por analisar o pedido e ver se existem
conflitos. Em caso positivo, o
pedido é negado. Antes, isso era
responsabilidade do DAC (Departamento de Aviação Civil,
órgão ligado à Aeronáutica que
antecedeu a Anac).
Autorizações irregulares
Entretanto, não foi isso o que
aconteceu em parte dos helipontos da cidade, que estão
funcionando apesar de suas
rampas de aproximação cruzarem com outras. A avenida
Paulista concentra boa parte
dos helipontos irregulares.
"Nós ainda estamos tentando
investigar internamente para
saber como é que essas aprovações foram feitas", diz Barros.
Ele não sabe informar quantas autorizações irregulares foram concedidas pela Anac.
Barros afirma que não foi encontrado nenhum caso de risco
iminente. Ele aponta, porém,
que o cruzamento entre rampas de aproximação pode levar
a isso na medida em que o tráfego de helicópteros aumenta.
Na semana que vem, a Anac
deve definir um prazo para que
os proprietários dos helipontos
corrijam os problemas apontados de maneira voluntária. Caso isso não seja feito, os helipontos irregulares podem ter a
operação suspensa ou mesmo
serem fechados.
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