São Paulo, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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RUTH SPORN (1923-2010)

Sem nunca desanimar, foi uma defensora do voto consciente

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao lado de algumas amigas, Ruth Sporn foi à Câmara Municipal saber o que os eleitos estavam fazendo. Foi o primeiro grupo de mulheres a tomar tal iniciativa.
Em 1987, ela e quatro amigas decidiram criar em SP o Movimento Voto Consciente, ao qual se dedicou até anteontem, quando se acidentou e quebrou o fêmur.
Nascida na região da Letônia, ela veio ao Brasil ainda criança com os pais, fugindo da guerra. Aqui, já tinha um tio, com quem foi morar. Os pais voltaram à Europa e acabaram morrendo no conflito.
A amiga e hoje vice-coordenadora da entidade, Rosangela Giembinsky, conta que Ruth pode ser considerada muito mais brasileira do que qualquer outra pessoa, devido a sua luta pelo fortalecimento da democracia.
Já distribuiu cestas básicas e agasalhos aos necessitados, mas não se limitou a ações paliativas. Achava que o problema da população era a falta de educação política.
Passou então a organizar fóruns de cidadania em escolas públicas a fim de conscientizar pessoas de que elas estavam excluídas do processo político e que poderiam mudar de situação. Sem nunca desanimar, sempre repreendia quem lhe dissesse que todos os políticos são corruptos. Para ela, dava para distinguir os bons dos maus políticos.
Passou por cirurgias devido à queda, mas não resistiu, aos 86 anos. É a segunda das cinco fundadoras do movimento a morrer. Viúva, havia perdido o único filho.

coluna.obituario@uol.com.br


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