São Paulo, sábado, 12 de março de 2005

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Alckmin estuda mudar nome da fundação

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, planeja dar um novo nome para a Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). A idéia é dissociar da entidade -e do governo estadual- a carga negativa que a sigla carrega por causa das constantes fugas e rebeliões.
Cotado no PSDB para disputar a sucessão presidencial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006, Alckmin afirmou nas últimas semanas a interlocutores que a fundação precisa de um nome que esteja de acordo com sua nova filosofia.
O governador e seus assessores acreditam que as rebeliões ocorridas neste ano são conseqüência da reformulação da entidade, principalmente após a demissão dos antigos funcionários.
Febens de outros Estados do país já mudaram seus nomes. Mesmo em São Paulo a idéia não é nova, apesar de nunca ter sido implantada. Discute-se a mudança desde a gestão do governador Mário Covas (falecido em 2001), quando foram formuladas as diretrizes agora implantadas pelo secretário da Justiça, Alexandre de Moraes (PFL), que acumula o cargo de presidente da entidade.
Ele tem apoio irrestrito do governador em seu plano de combater os feudos criados por antigos funcionários e incentivar a participação das mães na ressocialização dos internos, com visitas diárias à instituição. Mas sua estratégia já divide opiniões dentro do governo estadual.
Ao assumir a Febem em agosto de 2004, Moraes foi progressivamente afastando funcionários administrativos ligados ao PSDB -e colocando pessoas de sua confiança.
Hoje, esses tucanos começam a reclamar com assessores do governador. Argumentando que o pefelista perdeu o pé da situação e que as seguidas rebeliões podem prejudicar seu desempenho eleitoral no ano que vem, fazem pressão para que Alckmin afaste Moraes da Febem.
O governador, no entanto, continua apostando no secretário. Deu-lhe um prazo para apaziguar a instituição até o final do ano. Mas a depender da repercussão das rebeliões, acreditam tucanos, ele pode encurtar o prazo.


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