São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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"Não esperava outra atitude"

DA REDAÇÃO

O presidente da Associação do Orgulho GLBT de São Paulo, Nelson Matias Pereira, disse ontem que o veto à criação do curso destinado a orientar policiais militares no tratamento com gays, lésbicas e travestis foi previsível. "Eu não esperava outra atitude da PM. Eles vêm com desculpas evasivas como essa de que existe treinamento para lidar com minorias."
Segundo ele, há "inúmeros casos" de desrespeito de policiais, sobretudo a travestis. "Se você levantar boletins de ocorrência registrados por travestis, verá que a violência policial é absurda. Apesar de estarem fardados, eles são cidadãos que demonstram homofobia", afirmou o presidente da Associação GLBT, que promove a Parada Gay de São Paulo.
Para o coronel reformado da PM José Vicente da Silva Filho, a polícia precisa se adaptar às necessidades da sociedade. "Essas questões de minorias, inclusive a questão sexual, podem ser incluídas em debates na polícia. Não vejo necessidade de um curso específico, mas [o assunto] pode fazer parte da reciclagem policial."
Especialista em segurança, Silva Filho cita como exemplo positivo de inclusão a polícia dos EUA. "Eles contratam negros para trabalhar no Harlem [bairro de Nova York com predominância negra], gays para lidar com gays e latinos para lidar com latinos."


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