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USP decide reestruturar carreira de professores
Aprovada na semana passada, medida atinge 79% dos 5.434 docentes da universidade
Professores doutores e com título de livre-docência poderão pedir reavaliação da carreira que, se aprovada, resultará em reajuste salarial
RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A USP aprovou uma reestruturação na carreira de seus professores. A medida atinge 79%
dos 5.434 docentes da instituição -professores associados
(que atingiram o título de livre-docência) e doutores.
A proposta, aprovada pelo
Conselho Universitário na semana passada, prevê que esses
docentes possam pedir reavaliação de suas carreiras de cinco
em cinco anos. A medida não
inclui professores com nível de
mestrado ou cursando essa
pós-graduação (3% do total) e
titulares (18%).
No caso dos professores doutores, foram criadas duas faixas
salariais (hoje, há só uma). Se
for aprovado na reavaliação,
um doutor muda de patamar e
tem reajuste de 9%. Os associados, que também têm uma faixa salarial, terão três -com aumento que varia entre 5% e 6%.
"É uma ferramenta para os
docentes evoluírem na universidade", afirma o professor
João Grandino Rodas, presidente da comissão de reformas
estatutárias da USP. As regras
da reavaliação, elaboradas por
um grupo de professores, devem ser definidas em dois meses no Conselho Universitário.
A reavaliação, disse Rodas,
deve ser individual, feita por
uma banca de docentes nomeada pelo instituto ao qual o professor é vinculado, com base,
por exemplo, na produção acadêmica e na qualidade das aulas. "A ideia é que siga os moldes de um concurso de doutoramento, num processo isento
e transparente."
Um professor doutor em regime de dedicação exclusiva
(carreira mais numerosa da
USP) terá reajuste de R$ 570 no
salário de R$ 6.325, se for promovido -o valor não leva em
conta benefícios salariais.
Rodas afirma que o efeito é
retroativo aos atuais docentes
com mais de cinco anos na USP.
Questionado sobre uma eventual corrida em busca do benefício, o professor diz prever um
grande número de pedidos neste ano. "Mas a situação não deve fugir do controle e deve se
normalizar em 2010."
O impacto financeiro para a
universidade será de cerca de
R$ 36 milhões. "É um valor baixo, que não vai afetar os investimentos da instituição. Representa 1,18% do total do orçamento previsto", afirma Joaquim Engler, presidente da comissão de orçamento da USP.
Segundo a Secretaria Estadual de Planejamento, o orçamento previsto para a USP neste ano é de R$ 3,06 bilhões. A
previsão de gastos com folha de
pagamento na universidade
cresceu 15% com relação ao
ano passado (de R$ 2,04 bilhões para R$ 2,34 bilhões).
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