São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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JUSTIÇA
Ex-estudante de escola técnica de Taubaté é acusado de ferir colega com soda cáustica
Aluno será julgado por trote violento

SANDRO GUIDALLI
da Folha Vale

O ex-estudante Wellington Rodrigo de Oliveira, 21, será julgado em Taubaté (134 km de SP) por lesão corporal dolosa de natureza gravíssima acusado de ter ferido o aluno Felipe Marques Barbieri, 16, durante trote na escola técnica Alfredo José Balbi, ligada à Unitau (Universidade de Taubaté).
A juíza Érika Lacerda Brandão decidiu acatar anteontem o pedido do Ministério Público de abertura de processo criminal contra o ex-estudante. Ele será julgado pela própria juíza, que dará uma sentença após ouvir o acusado, testemunhas de acusação e defesa.
Não há prazo para terminar esse processo. Caso seja condenado, Oliveira pode pegar de dois a oito anos de prisão.
O advogado de Oliveira, André Spasini, disse que a estratégia agora é desqualificar as testemunhas que incriminam seu cliente.
"Havia muita gente participando do trote. Era impossível reconhecer o Wellington no meio daquilo", disse o advogado.
O trote aconteceu no ano passado. Barbieri foi ferido com uma mistura de soda cáustica e produtos químicos. Ele sofreu queimaduras de terceiro grau e será submetido a uma cirurgia para reparação de tecidos ainda este ano.
Barbieri e sua mãe, Elisabeth Barbieri, defenderam ontem a aplicação de uma pena alternativa ao ex-estudante.
Ele está sendo apontado por testemunhas como o autor da agressão aos calouros no primeiro dia de aula do ano letivo passado.
Para Barbieri e a mãe, "não há pena que possa confortar a dor física e moral pela qual a família passou". Assistente social num presídio em Taubaté, Elisabeth Barbieri teme que um eventual confinamento do agressor de seu filho acabe por "piorá-lo".
Felipe Barbieri afirmou que não pôde reconhecer Oliveira. "Eles (os veteranos) me pegaram assim que eu saí do carro da minha mãe. Na hora, tive de cobrir o rosto para me defender e por isso não vi ninguém direito", contou.



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