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VIOLÊNCIA
Número de prisões caiu 6,15% no ano passado em relação a 2000 enquanto os sequestros cresceram 387,30%
SP prende menos, mas crimes aumentam
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de o governo de São
Paulo afirmar que nunca prendeu
tanto, discurso usado para mostrar o combate à violência no Estado, as estatísticas de 2001 mostram um quadro diverso. No ano
passado, foram 111.416 prisões,
6,15% a menos do que em 2000.
Mas, ao contrário do número de
prisões (em flagrante, preventiva
ou por mandado), os índices de
violência aumentaram, segundo
as estatísticas da Secretaria Estadual da Segurança Pública.
Os registros de sequestro no Estado cresceram 387,30% (de 63
em 2000 para 307 em 2001). Já os
casos de latrocínio (roubo seguido de morte) aumentaram 8,49%
(de 518 para 562 registros).
A queda do número de prisões
em São Paulo se acentuou a partir
da metade de 2001. Foram 30.355
pessoas presas no primeiro trimestre, 31.218 no segundo e
25.576 no terceiro.
O quarto trimestre de 2001 registrou a maior queda: 24.267 presos, 15,4% menos que no mesmo
período do ano passado. É o trimestre com menor número de
presos desde 1997. De lá para cá, o
número de prisões em São Paulo
em cada trimestre nunca ficou
abaixo dos 25.400 detidos.
Atraso
A secretaria só divulgou ontem
as estatísticas criminais relativas
ao quarto trimestre, fechando os
dados de 2001. Essas informações
devem ser publicadas hoje no
"Diário Oficial" do Estado.
A Folha publicou na edição de
ontem que esse atraso contrariava
a lei estadual 9.155, de 1995, que
determina a divulgação dos dados
até 30 dias após o encerramento
de cada trimestre.
A previsão inicial da secretaria
era divulgar esse relatório na próxima semana. A Secretaria da Segurança Pública afirma que a
equipe que fazia o levantamento
mudou com a posse do novo secretário, no dia 22 de janeiro.
Pela lei, as informações do primeiro trimestre de 2002 devem
ser publicadas até o dia 30 de
abril. Uma das expectativas é o
número de sequestros, que só
com os dados de janeiro e fevereiro de 2001 já supera os registros
do primeiro semestre de 2001.
Outro lado
A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública informou que, quando o governo
fala que "nunca se prendeu tanto", refere-se à gestão Mário Covas/Geraldo Alckmin -iniciada
em 1999-, e não só a 2001.
Quanto à redução das prisões, a
assessoria disse que o governo deve ser questionado principalmente pelas prisões em flagrante, porque são o resultado do trabalho
ostensivo nas ruas. As prisões
preventivas ou por mandado
-determinadas pela Justiça-
seriam resultado de investigação,
que requer mais tempo. A assessoria disse que deve fazer um
comparativo das prisões em flagrante nos próximos dias para saber se houve aumento ou redução. O levantamento divulgado
não diferencia o tipo de prisão.
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