|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARBARA GANCIA
Riotur deveria ser grata aos Simpsons
Bem feito! Quem mandou Fernando Henrique e o
presidente da Riotur, José Eduardo Guinle, inventarem de reclamar do tal episódio de "Os Simpsons", que supostamente "denigre" o Brasil? Em sua edição de
ontem, o "Corriere della Sera",
jornal de maior tiragem da Itália,
destacou o fato com ironia, dizendo que a família Simpson
causou um "incidente diplomático" entre o Brasil e os EUA!
É tudo uma questão de ponto
de vista: os politicamente corretos
FHC e Guinle se sentiram atingidos em sua brasilidade. Já esta
humilde datilógrafa que vos dirige a palavra está eufórica. Na
condição de tiete de priscas eras
da família mais conhecida dos
EUA, fiquei lisonjeada que Matt
Groening, o criador dos Simpsons, tenha dedicado um capítulo
ao nosso país e colocado o Brasil
no mapa para 11 milhões de telespectadores norte-americanos.
Qualquer um que já tenha assistido a cinco segundos do escrachado desenho sabe que "Os Simpsons" só mostra o aspecto vil
da vida, seja ela norte ou sul-americana.
Em Springfield, a cidade onde
vivem Homer, Marge, Lisa, Bart e
Maggie, a polícia é corrupta, os
médicos são desonestos, o ministro batista mente e até o motorista do ônibus escolar dirige de
walkman e toma ácido.
Acusar o episódio, batizado de
"Blame it on Lisa", uma referência ao filme "Blame it on Rio"
(esse sim, um lixo que denigre a
nossa imagem), de ter desrespeitado a geografia tapuia (em uma
cena, a família vai de canoa do
Rio ao Amazonas) é como ficar
chateado com o comercial da
TIM, por ser impossível, mesmo
para um Ronaldo, chutar uma
bola da Fontana di Trevi para
dentro da janela do papa, no Vaticano.
E esse melindre todo sobre o desenho ter exibido a macarena e
personagens com bigodes mexicanos? Vai dizer que alguém ainda se espanta de ver gringo confundir brazuca com hispânico?
Em seus filmes, Carmen Miranda
não fazia o gênero caribenho?
Quanto aos aspectos mais terrenos do episódio, como o sequestro
dos Simpsons na chegada ao Galeão ou a apresentação de uma
Rio de Janeiro lasciva, é brincadeira ficar de bico com isso, né?
E, se a gente, que é livre, leve e
solto, vive criticando a Xuxa por
erotizar a petizada, imagine o
que não deve achar quem vê a
coisa de além-mar. Groening foi
até gentil em colocar uma apresentadora tapuia de programas
infantis, que se esfrega nas crianças. Ele poderia ter sido bem mais
incisivo.
QUALQUER NOTA
Tapa na cara
Some-se aos escândalos do
dia-a-dia o aniversário de
Paola Mansur, filha do ex-dono do Mappin, Ricardo Mansur. A família não tem de pagar pelos erros do pai, mas
respeito é bom e os ex-funcionários de Mansur gostam.
Paola queria festejar? Que o
fizesse em casa, e não na boate da hora, sob a luz de flashes
e com festa das arábias.
Mandou bem
A Sidewalk tomou uma iniciativa louvável. Em seu novo
anúncio, a loja não exibe o
sólito corpo seminu, e sim
funcionários para quem está
bancando cursos superiores.
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
Texto Anterior: Jardim Pantanal: Quatro são mortos em bar da zona leste Próximo Texto: Viaduto Antártica tem sentido liberado Índice
|