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Na BA, médico quase apanha
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao transmitir a notícia de que
não havia mais como vencer a
morte -e que o paciente deveria
deixar a UTI -o médico Antonio
Luiz Penna Costa quase foi agredido pela família de um doente.
O caso ocorreu em um hospital
privado de Salvador. A Bahia é
um dos Estados em que mais faltam leitos de UTI no país e mesmo hospitais privados têm dificuldades com o excesso de demanda. Do total de leitos, apenas
1,84% é vaga de UTI -quando a
proporção deveria ser de 4%.
"Foi uma situação muito doída", diz Costa, coordenador da
Câmara Técnica de Terapia Intensiva do Conselho Regional de
Medicina da Bahia.
Costa explica que para o doente
sem possibilidade terapêutica, a
UTI é um recurso inadequado. A
UTI, destaca, é um local com os
melhores recursos para quem
ainda tem chances de recuperação. "Nessas situações, o melhor é
estar com o carinho da família",
acrescenta o médico.
À época, Costa explicou que o
paciente poderia receber os devidos cuidados em um leito comum
ou mesmo em casa. Houve grande desgaste entre a família e o corpo clínico, mas antes da solução
do impasse, o paciente morreu.
Costa diz que são bem-vindas as
normas técnicas do Ministério da
Saúde sobre permanência em
UTIs principalmente porque isso
irá evitar que se use inadequadamente essas instalações. Ele teme,
no entanto, uma má interpretação por diversos setores da sociedade. "Não é para prejudicar a população. Não é para supor que o
governo quer um holocausto."
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