São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 2005

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Na BA, médico quase apanha

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao transmitir a notícia de que não havia mais como vencer a morte -e que o paciente deveria deixar a UTI -o médico Antonio Luiz Penna Costa quase foi agredido pela família de um doente.
O caso ocorreu em um hospital privado de Salvador. A Bahia é um dos Estados em que mais faltam leitos de UTI no país e mesmo hospitais privados têm dificuldades com o excesso de demanda. Do total de leitos, apenas 1,84% é vaga de UTI -quando a proporção deveria ser de 4%.
"Foi uma situação muito doída", diz Costa, coordenador da Câmara Técnica de Terapia Intensiva do Conselho Regional de Medicina da Bahia.
Costa explica que para o doente sem possibilidade terapêutica, a UTI é um recurso inadequado. A UTI, destaca, é um local com os melhores recursos para quem ainda tem chances de recuperação. "Nessas situações, o melhor é estar com o carinho da família", acrescenta o médico.
À época, Costa explicou que o paciente poderia receber os devidos cuidados em um leito comum ou mesmo em casa. Houve grande desgaste entre a família e o corpo clínico, mas antes da solução do impasse, o paciente morreu.
Costa diz que são bem-vindas as normas técnicas do Ministério da Saúde sobre permanência em UTIs principalmente porque isso irá evitar que se use inadequadamente essas instalações. Ele teme, no entanto, uma má interpretação por diversos setores da sociedade. "Não é para prejudicar a população. Não é para supor que o governo quer um holocausto."


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